São Paulo 10/2/2022 – O plástico vira micro e nano plástico. Partículas tão pequenas que podem parecer invisíveis, mas estão presentes no meio ambiente.

O plástico descartável representa um enorme perigo para o pulmão do mundo.

Durante a 46ª edição do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, foi apresentado um estudo sobre o impacto do lixo à vida marinha. De acordo com o documento, até 2050 os oceanos abrigarão mais detritos plásticos do que peixes.

“O plástico vira micro e nano plástico. Partículas tão pequenas que podem parecer invisíveis, mas estão presentes no meio ambiente. Elas cobrem as algas, impedindo-as que exerçam seu papel de produtoras de oxigênio. Ou seja, o pulmão do mundo fica com seu funcionamento comprometido”, pontua Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).

A Sea Shepherd, uma das principais ONGs do mundo que defendem e conservam os oceanos e a vida marinha, destaca os dados alarmantes: todos os anos mais de nove milhões de toneladas de plásticos chegam ao oceano, matando um milhão de aves marinhas e mais de 100 mil animais marinhos.

A poluição vai além do lixo, incluindo também a poluição sonora (atividades portuárias e costeiras), o descarte de efluentes sanitários, o derramamento de petróleo e seus subprodutos e a poluição por outros produtos da indústria petroquímica e de circulação nos portos e embarcações.

“Por ano, toneladas de plástico são despejados no mar em todo o mundo, segundo alguns pesquisadores. Se levarmos em conta que o tempo de decomposição do plástico é de aproximadamente 400 anos, com essa poluição se repetindo a cada ano, o homem está causando um estrago praticamente irreversível ao meio ambiente. Se não pararmos já com isso, vamos liquidar de vez com a vida marinha”, diz o biólogo João Alberto dos Santos.

“A reciclagem depende de alguns fatores para conquistar uma estrutura sólida e efetiva, que passa pela cadeia do descarte correto até a coleta e triagem desses itens”, salienta Vininha F. Carvalho.

Os números do uso desenfreado do patrimônio natural do planeta a partir da lógica de produzir, consumir e descartar tem aumentado de forma significativa. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a produção de lixo domiciliar aumentou 10% em 2020, graças ao isolamento social. Para a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial, se o ritmo atual se mantiver em 2050 produziremos 2,2 bilhões de toneladas de lixo por ano no mundo, o que deve provocar altos custos ambientais. “Por isso, incentivar novos processos e comportamentos em busca de um modelo de desenvolvimento equilibrado e ético é urgente”, explica Vinicius Saraceni, coordenador do Movimento Circular.

O Brasil é o maior produtor de plásticos da América Latina, com uma produção anual de sete milhões de toneladas. Desse montante, três milhões de toneladas são de plásticos de uso único. São cerca de 500 bilhões de itens plásticos descartáveis tais como copos, talheres, sacolas plásticas, e embalagens para as mais diversas aplicações. Com baixas taxas de reciclagem, a maior parte acumula-se em aterros, lixões, e posteriormente pode chegar ao oceano.

“Pequenas mudanças podem fazer grande diferença na sociedade. Todas as pessoas podem ajudar. O que está ao alcance de cada um é reciclar seu lixo adequadamente. A redução do consumo e a reciclagem do plástico podem trazer benefícios muito grandes para o meio ambiente. Cada um de nós pode votar em políticos que conduzirão o tema sem demagogia. É urgente no Brasil uma legislação, inspirada em políticas, leis e boas experiências internacionais, visando reduzir a geração de resíduos evitáveis, problemáticos e desnecessários de plástico, seguindo o exemplo de mais de 40 países no mundo”, finaliza Vininha F. Carvalho.

Website: http://www.agendaesg.eco.br

Please follow and like us:

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: