Duas em cada três crianças com até dez anos já enfrentaram distúrbios do sono em algum momento de suas vidas, segundo pesquisadores da National Sleep Foundation, nos Estados Unidos. Apesar de muitos pais acreditarem que problemas como a dificuldade de dormir ou a resistência em ir para a cama sejam normais, esses sinais podem ser indicadores de distúrbios mais graves. Dormir bem é essencial para o desenvolvimento cognitivo, emocional e físico das crianças, e a privação de sono pode ter impactos profundos e duradouros.

Um estudo da Northwestern University Medical Center mostrou que há um preço a se pagar pelos problemas de sono em crianças. Cientistas acompanharam os padrões de sono de 510 crianças entre dois e cinco anos de idade. O estudo mostrou que menos sono à noite significa mais problemas comportamentais durante o dia, incluindo sonolência diurna excessiva, dificuldade de concentração e alterações comportamentais. Um sono inadequado na infância está associado a problemas de aprendizado, hiperatividade, baixa autoestima e dificuldades sociais. Por isso, os pais devem procurar ajuda médica para investigar a fundo as causas subjacentes.

De acordo com a pediatra Renee Alli, médica especialista de conteúdo no site especializado WebMD, os distúrbios do sono podem ser divididos em duas categorias: as dissonias, que estão relacionadas às dificuldades do início do sono; e as parassonias, que costumam interromper o ciclo do sono. Sendo assim, os problemas de sono podem ser causados pela falta de uma rotina consistente, inexistência de uma boa higiene do sono diariamente, uso excessivo de eletrônicos, e até mesmo pela ingestão de alimentos ricos em açúcar antes de dormir. Mas também podem estar associados a causas mais complexas, como a síndrome das pernas inquietas, sonambulismo, pesadelos, e problemas respiratórios, entre outros.

“Algumas crianças podem ter dificuldade em iniciar o sono ou em mantê-lo durante a noite. Isso pode ser causado por ansiedade, estresse ou, em alguns casos, pela presença de condições como o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Nesses casos, estratégias comportamentais e ajustes na rotina podem ser eficazes para ajudar as crianças a dormir melhor​”, diz a médica. “Às vezes, a higiene do sono é a culpada, incluindo a falta de um horário regular e de um ambiente relaxante para dormir, bem como pela exposição excessiva e em horários inapropriados a eletrônicos etc. Na maioria dos casos, o problema pode ser facilmente resolvido com algumas intervenções comportamentais indicadas pelo pediatra”.

A especialista diz ainda que é importante que os pais procurem passar algumas horas observando a criança enquanto ela dorme, a fim de determinar um padrão em seu sono e possível existência de ronco ou apneia do sono. “Além disso, se a criança sofre de alergias ou asma, é importante que os pais se certifiquem de que ela esteja tomando a medicação corretamente”.

Tratamentos e intervenções naturais

Muitas vezes, a intervenção médica é necessária para tratar distúrbios graves de sono, mas há uma série de estratégias naturais que podem complementar o tratamento e ajudar as crianças a desenvolverem hábitos de sono saudáveis. A farmacêutica Vanessa Ramalho, especialista em aromaterapia pediátrica, sugere o uso de óleos essenciais como uma forma segura e natural de induzir o relaxamento e melhorar a qualidade do sono. “Os óleos essenciais podem ser muito eficazes em ajudar crianças a relaxar antes de dormir, criando um ambiente propício para um sono reparador. Essas práticas não substituem tratamentos médicos quando necessários, mas são ferramentas poderosas durante a rotina de higiene do sono das crianças”.​

Segundo a especialista, óleos essenciais de laranja doce (citrus sinensis), camomila romana (anthemis nobilis), e lavanda francesa (lavandula angustifolia) são conhecidos por suas propriedades calmantes. “Eles podem ser usados em difusores ou aplicados na pele (desde que devidamente diluídos em óleos carreadores) durante uma massagem suave antes de dormir”. Ela também destaca que o óleo de lavanda, em particular, tem sido amplamente estudado por sua eficácia na redução da ansiedade e no aumento da qualidade do sono.​

“Problemas de sono em crianças não devem ser subestimados. O sono é um pilar fundamental do desenvolvimento infantil, e suas repercussões vão muito além do cansaço diurno. Com o auxílio de profissionais qualificados, ajustes na rotina diária e o uso de métodos naturais, como a aromaterapia, é possível proporcionar às crianças noites de sono reparadoras e, consequentemente, uma vida mais saudável”, afirma Vanessa Ramalho – enfatizando que a melhor abordagem é sempre prevenir e tratar o quanto antes, garantindo que o sono das crianças seja uma prioridade.

Desde 2018, a aromaterapia, bem como o uso de florais e outras sete terapias complementares foram incorporadas ao Sistema Único de Saúde. Ao todo, o SUS conta com 29 práticas integrativas e complementares (PICs) – o que torna o Brasil uma referência mundial nesse segmento da atenção básica. Segundo o Ministério da Saúde, essas práticas são investimentos em prevenção de doenças. 

 

 

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Duas em cada três crianças com até dez anos já enfrentaram distúrbios do sono em algum momento de suas vidas, segundo pesquisadores da National Sleep Foundation, nos Estados Unidos. Apesar de muitos pais acreditarem que problemas como a dificuldade de dormir ou a resistência em ir para a cama sejam normais, esses sinais podem ser indicadores de distúrbios mais graves. Dormir bem é essencial para o desenvolvimento cognitivo, emocional e físico das crianças, e a privação de sono pode ter impactos profundos e duradouros.

Um estudo da Northwestern University Medical Center mostrou que há um preço a se pagar pelos problemas de sono em crianças. Cientistas acompanharam os padrões de sono de 510 crianças entre dois e cinco anos de idade. O estudo mostrou que menos sono à noite significa mais problemas comportamentais durante o dia, incluindo sonolência diurna excessiva, dificuldade de concentração e alterações comportamentais. Um sono inadequado na infância está associado a problemas de aprendizado, hiperatividade, baixa autoestima e dificuldades sociais. Por isso, os pais devem procurar ajuda médica para investigar a fundo as causas subjacentes.

De acordo com a pediatra Renee Alli, médica especialista de conteúdo no site especializado WebMD, os distúrbios do sono podem ser divididos em duas categorias: as dissonias, que estão relacionadas às dificuldades do início do sono; e as parassonias, que costumam interromper o ciclo do sono. Sendo assim, os problemas de sono podem ser causados pela falta de uma rotina consistente, inexistência de uma boa higiene do sono diariamente, uso excessivo de eletrônicos, e até mesmo pela ingestão de alimentos ricos em açúcar antes de dormir. Mas também podem estar associados a causas mais complexas, como a síndrome das pernas inquietas, sonambulismo, pesadelos, e problemas respiratórios, entre outros.

“Algumas crianças podem ter dificuldade em iniciar o sono ou em mantê-lo durante a noite. Isso pode ser causado por ansiedade, estresse ou, em alguns casos, pela presença de condições como o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Nesses casos, estratégias comportamentais e ajustes na rotina podem ser eficazes para ajudar as crianças a dormir melhor​”, diz a médica. “Às vezes, a higiene do sono é a culpada, incluindo a falta de um horário regular e de um ambiente relaxante para dormir, bem como pela exposição excessiva e em horários inapropriados a eletrônicos etc. Na maioria dos casos, o problema pode ser facilmente resolvido com algumas intervenções comportamentais indicadas pelo pediatra”.

A especialista diz ainda que é importante que os pais procurem passar algumas horas observando a criança enquanto ela dorme, a fim de determinar um padrão em seu sono e possível existência de ronco ou apneia do sono. “Além disso, se a criança sofre de alergias ou asma, é importante que os pais se certifiquem de que ela esteja tomando a medicação corretamente”.

Tratamentos e intervenções naturais

Muitas vezes, a intervenção médica é necessária para tratar distúrbios graves de sono, mas há uma série de estratégias naturais que podem complementar o tratamento e ajudar as crianças a desenvolverem hábitos de sono saudáveis. A farmacêutica Vanessa Ramalho, especialista em aromaterapia pediátrica, sugere o uso de óleos essenciais como uma forma segura e natural de induzir o relaxamento e melhorar a qualidade do sono. “Os óleos essenciais podem ser muito eficazes em ajudar crianças a relaxar antes de dormir, criando um ambiente propício para um sono reparador. Essas práticas não substituem tratamentos médicos quando necessários, mas são ferramentas poderosas durante a rotina de higiene do sono das crianças”.​

Segundo a especialista, óleos essenciais de laranja doce (citrus sinensis), camomila romana (anthemis nobilis), e lavanda francesa (lavandula angustifolia) são conhecidos por suas propriedades calmantes. “Eles podem ser usados em difusores ou aplicados na pele (desde que devidamente diluídos em óleos carreadores) durante uma massagem suave antes de dormir”. Ela também destaca que o óleo de lavanda, em particular, tem sido amplamente estudado por sua eficácia na redução da ansiedade e no aumento da qualidade do sono.​

“Problemas de sono em crianças não devem ser subestimados. O sono é um pilar fundamental do desenvolvimento infantil, e suas repercussões vão muito além do cansaço diurno. Com o auxílio de profissionais qualificados, ajustes na rotina diária e o uso de métodos naturais, como a aromaterapia, é possível proporcionar às crianças noites de sono reparadoras e, consequentemente, uma vida mais saudável”, afirma Vanessa Ramalho – enfatizando que a melhor abordagem é sempre prevenir e tratar o quanto antes, garantindo que o sono das crianças seja uma prioridade.

Desde 2018, a aromaterapia, bem como o uso de florais e outras sete terapias complementares foram incorporadas ao Sistema Único de Saúde. Ao todo, o SUS conta com 29 práticas integrativas e complementares (PICs) – o que torna o Brasil uma referência mundial nesse segmento da atenção básica. Segundo o Ministério da Saúde, essas práticas são investimentos em prevenção de doenças. 

 

 

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