A sustentabilidade no setor de tecnologia não é mais uma opção, ela tornou-se uma necessidade urgente. Em 2022, o mundo gerou 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico, e esse número deve saltar para 82 milhões até 2030, segundo o Monitor Global de Lixo Eletrônico (GEM) da ONU. Contudo, apenas cerca de 22% desse total é reciclado de forma adequada. Isso significa que trilhões de dólares em materiais valiosos, como ouro, prata, cobre e paládio estão sendo descartados, ao mesmo tempo em que agravam os riscos ambientais e à saúde pública.

Embora a inovação seja uma característica central do setor de tecnologia, Andrea Rivetti, CEO da Arklok, observa que ainda há atenção limitada aos impactos ambientais gerados pela produção e descarte de equipamentos. De acordo com a executiva, a rápida substituição de dispositivos e a crescente demanda por novos produtos contribuem para o aumento do volume de resíduos eletrônicos, reforçando a necessidade de adotar soluções que reduzam esses efeitos.

O estudo também indica que modelos alternativos de uso de tecnologia, como o outsourcing de equipamentos, têm crescido no mercado. Nesse formato, empresas alugam dispositivos por períodos determinados em vez de adquiri-los, o que ajuda a diminuir a obsolescência precoce e facilita a atualização tecnológica com menor volume de resíduos. Além disso, conforme Rivetti, a modalidade permite previsibilidade de custos e libera recursos internos para que as empresas concentrem esforços em suas atividades principais, transferindo a gestão de TI para equipes especializadas.

A gestão eficiente dos ativos também é considerada parte desse conjunto de soluções. Estratégias como manutenção preventiva, monitoramento de desempenho e controle de inventário podem prolongar a vida útil dos equipamentos, reduzir o consumo de novos recursos e otimizar os custos operacionais.

O Global E-Waste Monitor 2024 aponta ainda que parcerias com fabricantes que utilizam materiais recicláveis e mantêm programas de logística reversa são uma tendência em crescimento, impulsionada pela adoção de critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Andrea Rivetti avalia que incorporar a sustentabilidade à estratégia corporativa favorece o alinhamento regulatório e aumenta a capacidade de adaptação das empresas frente às mudanças de mercado.

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