Livro é resultado da cooperação entre o Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper e a empresa Diagonal, de consultoria socioambiental

O Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper e a empresa Diagonal lançaram, com o selo da BEĨ Editora, o Guia prático de Urbanismo Social (304 páginas; R$ 75,00), de Tomas Alvim, Marisa Moreira Salles, Eliana Sousa Silva, Ricardo Balestreri, Kátia Mello e Álvaro Jucá.

A obra alia referências históricas e princípios fundantes daquela importante ferramenta de atuação na sociedade a estratégias e metodologias aplicadas na execução de iniciativas que tiveram o Urbanismo Social como ponto de apoio para a sua viabilização. Nas páginas do livro disponibilizam-se materiais com orientações e reflexões sobre como diagnosticar demandas particulares de territórios vulnerabilizados e também planejar, executar, monitorar e avaliar impactos de transformações feitas a partir do Urbanismo Social.

O Guia prático é resultado da cooperação entre o Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper e a Diagonal, consultoria pioneira em gestão social, cuja experiência ultrapassa três décadas de atuação junto ao poder público, organizações civis e o setor privado.

O trabalho esteve a cargo do Núcleo de Urbanismo Social e Segurança Pública do Centro, responsável pelo curso de pós-graduação em Urbanismo Social – Gestão Urbana, Políticas Públicas e Sociedade do Insper, lançado em 2021 pelo Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper em parceria com o Itaú Cultural. Os alunos da pós em Urbanismo Social, aliás, serviram de inspiração para a obra, em face de sua procura por materiais que apresentassem o uso prático desse método.

Abrigado no Núcleo de Urbanismo Social e Segurança Pública do Centro, o curso tem como propósito, a exemplo do próprio Laboratório Arq.Futuro do Insper, contribuir para a promoção de um “impacto real” na vida das pessoas mais vulnerabilizadas por meio daquele que vem sendo considerado o instrumento de política pública urbana de maior alcance para tal finalidade. Em boa medida, o novo livro vem complementar a vasta oferta de temas e tópicos abordados no Guia de Urbanismo Social (2023), organizado por aquele mesmo núcleo do Laboratório Arq.Futuro e pela Diagonal, editado também pela BEĨ.

Para os autores do Guia prático, é preciso destacar “que os planos e projetos devem ser construídos com as pessoas diretamente envolvidas, com escuta ativa e participação efetiva, entendida como método estruturador do Urbanismo Social”. Além disso, ressaltam eles, “é indispensável uma ação coordenada e integrada ampla, capaz de orquestrar os diferentes esforços, políticas setoriais e atores em conjunto com as comunidades locais, a partir de visões sistêmicas dos territórios e de planos de ação local de curto, médio e longo prazos coconstruídos por esse conjunto”.

Um ponto crucial sublinhado pelos autores da obra é o de que “nem todos os projetos de urbanização em favelas podem ser caracterizados dentro do conceito de Urbanismo Social na sua integralidade. Identifica-se que algumas das iniciativas não partem de uma visão integrada coconstruída por todos”. Ao mesmo tempo, eles entendem que “a existência de equipamentos dedicados a determinadas regiões para atendimento a uma política específica, sem a integração com as demais políticas públicas, que ofertam serviços e oportunidades inclusivas, diversas e complementares, não se caracterizam, necessariamente, como uma ação de Urbanismo Social”.

O Guia prático sustenta que “projetos de urbanização de favelas, bem como equipamentos dedicados aos territórios, podem ser potencializados na medida que deixem de ser exclusivos de políticas setoriais. (…) Num país onde desigualdade social, o racismo e inúmeras violações de direitos são estruturais, essas linhas-mestras (…) podem ser norteadoras para a gestão pública e para todas as pessoas que participam na construção da cidade, buscando estabelecer processos de transformações sustentáveis e eficazes com base em experiências exitosas”.

Outra ideia relevante defendida no livro é a de que não se faz segurança pública sustentável sem práticas de Urbanismo Social, e, por sua vez essas práticas não ingressam nos territórios quando não há segurança pública.

Escrito em uma linguagem clara e didática, o Guia prático “destina-se a todas as pessoas que tenham interesse em pensar e agir na cidade, com foco no engajamento em processos de mudança socioterritorial (…). Espera-se que seu conteúdo e forma possam contribuir com os saberes dos gestores e técnicos do poder público, da sociedade civil, da iniciativa privada, da academia e das lideranças comunitárias. Historicamente, tais lideranças são inventivas e resilientes nos seus territórios, materializando projetos de transformação em sua comunidade”.

Com quadros, boxes e QR Codes que facilitam o aprofundamento do conhecimento, a traz ainda um grande mapa mental (diagrama) com detalhes para a implementação de um projeto ou programa de Urbanismo Social.

Os direitos autorais do livro serão destinados ao programa de bolsas da pós-graduação em Urbanismo Social – Gestão Urbana, Políticas Públicas e Sociedade do Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper.

 

FICHA TÉCNICA

Título: Guia prático de Urbanismo Social – Estratégias e metodologias para a implementação de projetos

Autores: Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq. Futuro do Insper (Tomas Alvim, Marisa Moreira Salles, Ricardo Balestreri, Eliana Sousa Silva) e Diagonal (Kátia Mello e Álvaro Jucá)

Consultores: Murilo Cavalcanti e Ana Júlia Caetano Souza

Coordenação técnica: Clara Assumpção

Consultoria técnica: Rodrigo Tavares

Ilustrações: Diagonal (Aline Loiola) e Moreno Mota Dias

Projeto gráfico: Bloco Gráfico

ISBN: 978-65-86205-41-1

Idioma: português

Páginas: 304

Formato: 15,7 X 23 cm

Acabamento: Brochura com orelhas. Com encarte.

Tipografias: ABC Marfa, GT Super

Papel: Offset 90 g/m2

Impressão: Ipsis

Ano: 2024

Preço de capa: R$ 75,00

 

Sobre os autores

Tomas Alvim | Editor, cofundador da BEĨ Editora, do Por quê? Economês em bom português e do Arq.Futuro. Cocurador da Coleção BEĨ de Bancos Indígenas do Brasil e coautor do livro Aprendendo a viver na cidade (BEĨ, 2019). É coordenador-geral do Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper.

Marisa Moreira Salles | Editora, cofundadora da BEĨ Editora, do Por quê? Economês em bom português e do Arq.Futuro. Cocuradora da Coleção BEĨ de Bancos Indígenas do Brasil e coautora do livro Aprendendo a viver na cidade (BEĨ, 2019). Integra o Conselho Consultivo da Reitoria da Escola de Arquitetura e Planejamento do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Conselho do Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper.

Ricardo Balestreri | Coordenador do Núcleo de Urbanismo Social e Segurança Pública do Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper e professor da pós-graduação em Urbanismo Social da instituição. Membro do Conselho Nacional de Segurança Pública do governo federal, foi diretor de Ensino e Pesquisa e, na sequência, secretário nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, no qual coformulou e dirigiu a execução do Pronasci (Programa Nacional de Segurança com Cidadania). Ocupou os cargos de secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária e secretário-chefe do Gabinete de Assuntos Estratégicos, do Estado de Goiás. Presidiu a Seção Brasileira da Anistia Internacional e atuou como secretário da Comissão Regional Justiça e Paz, da CNBB/Sul 3. Codirigiu o Centro de Recursos Educacionais (CRE), no Instituto Interamericano de Direitos Humanos, na Costa Rica. Foi membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e do Comitê Nacional de Educação para Direitos Humanos, ambos da Presidência da República. Presidiu o Subsistema Nacional de Inteligência em Segurança Pública. No Pará, como secretário de Cidadania, entre 2019 e 2022, criou e implementou os Territórios pela Paz e as Usinas da Paz. Recebeu o Prêmio Orilaxé, do Grupo Cultural AfroReggae e o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, da Presidência da República. Agraciado com mais de oitenta comendas militares e civis, é autor de diversas obras sobre direitos humanos, educação e segurança pública.

Eliana Sousa Silva | Coordenadora e professora do curso de pós-graduação lato sensu em Urbanismo Social – Gestão Urbana, Políticas Públicas e Sociedade do Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper. Catedrática pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), onde coordenou a Cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciências, é diretora-fundadora da ONG Redes da Maré, no Rio de Janeiro. Curadora e organizadora do Festival Mulheres do Mundo – WOW Rio, recebeu o título de Doutora Honoris Causa daa Queen Mary University of London. É ainda doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Consultora metodológica de projetos sociais voltados para o enfrentamento da pobreza extrema e exclusão escolar, publicou as seguintes obras: Macaé Evaristo: uma força negra na cena política (2020), Dores que libertam: Falas de mulheres das favelas da Maré, no Rio de Janeiro, sobre violências (2018), Projeto Aluno Presente: uma metodologia intersetorial para a garantia do direito à educação de todas e todos (2017), Por que eu e não outros?: Caminhada de Adilson Pires da periferia para a cena política carioca (2016), A ocupação das favelas da Maré pelo Exército brasileiro (2015), Vivências educativas na Maré: desafios e possibilidades (2013), Testemunhos da Maré (2012) e A articulação de temas essenciais à educação pública na Maré: segurança pública, desempenho escolar e mobilização social (2010).

Kátia Mello | Cofundadora e copresidente da Diagonal. Responsável técnica da Diagonal junto ao Crea. Formada em Engenharia Civil e Sanitária na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), desenvolveu metodologias para programas de urbanização integrada de favelas desde sua experiência pública anterior à Diagonal, na Prefeitura de Recife como diretora de Obras Públicas, no Governo do Estado de Pernambuco como diretora de Recuperação de Programas Habitacionais da Secretaria de Habitação e como assessora do Programa de Crédito Popular do antigo Banco do Estado – Bandepe, e na Prefeitura de Olinda como coordenadora do Projeto de Urbanização Ilha de Santana, primeiro financiamento do BNDES em urbanização integrada de favelas. Na Diagonal, esteve na liderança técnica dos principais projetos relacionados a urbanização de favelas, Urbanismo Social, saneamento condominial integrado, regularização fundiária, trabalho técnico social, projetos de Habitação de Interesse Social – HIS, gestão de impactos de grandes empreendimentos e de infraestruturas e educação ambiental. Em sua longa trajetória profissional, acumulou uma vasta experiência em implementação, monitoramento e avaliação de projetos voltados para a melhoria de qualidade de vida das populações em situações de vulnerabilidades, em contextos diferenciados nacionais e internacionais, em 22 países, especialmente, na América Latina e na África.

Álvaro Jucá | Cofundador e copresidente da Diagonal. Responsável técnico da Diagonal junto ao Corecon. Formado em Economia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), é mestre na mesma área pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Foi chefe do Departamento de Economia da Federação das Indústrias de Pernambuco, diretor de Crédito Industrial e Infraestrutura do Bandepe, diretor de Crédito Imobiliário do Bandepe, secretário de Estado da Indústria, Comércio e Turismo e presidente dos Conselhos de Administração de Suape, da Empetur e da Junta Comercial de Pernambuco.

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