Inédito no Brasil, Fundo IPU foi criado para apoiar organizações que ofereçam soluções para o setor, de forma a contribuir com a universalização da água
Lançada recentemente, uma iniciativa pioneira no país promete revolucionar o cenário do saneamento no Brasil. Trata-se do Fundo IPU, idealizado e estruturado pelo Instituto Iguá e pela Climate Ventures. Com uma abordagem inovadora, o projeto visa promover impacto socioambiental, atraindo capital para alavancar soluções concretas no setor de água e saneamento.
Baseado nos princípios da Venture Philanthropy, a IPU – Water & Sanitation Venture Philanthropy é um fundo que reúne investidores sociais para apoiar negócios e organizações que desenvolvam soluções para o setor de Água e Saneamento, através da oferta de recursos financeiros, aceleração personalizada e avaliação de impacto.
A primeira ação em campo do Fundo IPU já tem data marcada: entre os dias 19 e 22 de março no Vale do Jequitinhonha, interior de Minas Gerais. “A ideia é levar soluções de tratamento de água com inovações tecnológicas às comunidades rurais da região”, explica Muriel Lana, Coordenadora de Operações do Instituto Iguá e Gestora programática do Fundo IPU.
A zona rural de Araçuaí, com cerca de 35 mil habitantes e apenas 43% da cidade atendida com esgotamento sanitário (dados da SNIS 2021) vai receber o Projeto Aqualuz. Criado por Anna Luísa Beserra, uma estudante de 21 anos de Salvador (BA), trata-se de um dispositivo simples e eficaz que purifica água usando raios solares. O sistema é instalado nas casas das famílias, proporcionando uma fonte segura de água e melhorando significativamente a qualidade de vida. A outra solução é uma parceria do Instituto Iguá com a startup brasileira PWTech, que utiliza um purificador para levar água limpa e de qualidade a áreas remotas do Brasil.
Assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU na forma de uma agenda de metas a serem alcançadas até 2030. Este é um objetivo muito relevante no Brasil, considerando que o país é a 9ª economia mundial ao mesmo tempo em que ocupa a 123ª posição no ranking mundial do saneamento. Atualmente, 17% da população brasileira não tem acesso à água tratada, o que equivale a 35 milhões de pessoas, e 46% da população não possui acesso esgotamento sanitário, o que equivale a 100 milhões de brasileiros.
“Buscamos conectar parceiros estratégicos para levar soluções de saneamento básico para o maior número de pessoas. promovendo a inovação que já existe nesse setor, assim como incentivando o desenvolvimento de novas iniciativas que gerem impacto positivo e relevante. A urgência na universalização do saneamento básico no Brasil não irá beneficiar somente os negócios, mas sim toda a sociedade”, afirma Ricardo Gravina, Co-fundador e Diretor Executivo da Climate Ventures, plataforma de inovação que conecta empresas, governos, investidores e empreendedores para acelerar a transição para uma economia regenerativa e baixo carbono.
Desta forma, o Fundo IPU colabora para a superação dos desafios relacionados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 6 da ONU, que visa garantir a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas as pessoas até o ano de 2030. Isso inclui alcançar o acesso universal a água potável segura e a saneamento adequado. Essas metas são essenciais para melhorar a qualidade de vida das pessoas e proteger o meio ambiente, reconhecendo a água potável e o saneamento como direitos humanos fundamentais.
Governança
O Fundo IPU foi idealizado e estruturado pelo Instituto Iguá e pela Climate Ventures. Com gestão programática a cargo do Instituto IGUÁ, o gerenciamento financeiro é realizado pela SITAWI Finanças do Bem, pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto socioambiental. A assessoria jurídica conta com o apoio do escritório de advocacia Tozzini Freire Advogados.
O Fundo IPU também conta com o acompanhamento do LAB de Inovação Financeira, iniciativa desenvolvida em parceria pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e ABDE (Associação Brasileira de Desenvolvimento) Tem como parceiros institucionais a Rede Brasil do Pacto Global da ONU, o GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) e a Latimpacto (Rede Latino-Americana de Venture Philanthropy).