São Paulo / SP 30/3/2022 –

Estudo revela que práticas de ESG (sigla em inglês para ações relacionadas ao meio ambiente, à responsabilidade social e à governança) é a estrada que levará a indústria brasileira de mineração para o futuro

Um dos setores mais pujantes da economia brasileira, a indústria de mineração faturou, em 2021, 62% a mais do que foi conquistado em 2020. O levantamento do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração) indicou que a marca de 339 bilhões de reais foi atingida. Em termos de produto, a maior procura foi por minério de ferro, minério de ouro e minério de cobre. Estudo da consultoria Economática divulgado no início de março de 2022 revelou que as ações de empresas de mineração presentes na B3 se valorizaram 35% desde o início do ano.

Outro relatório da IBRAM, realizado em junho de 2021, revela que para que o setor de mineração continue na rota do crescimento, as mineradoras brasileiras têm investido no alinhamento às métricas ESG, sigla em inglês para Environmental (Ambiental, E), Social (Social, S) e Governance (Governança, G).

A sigla ESG surgiu pela primeira vez, em 2004, no relatório “Who Cares Wins”, produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Pacto Global, em parceria com o Banco Mundial, com o objetivo de engajar empresas e organizações na adoção de princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção.

“Traduzindo em miúdos, ESG são princípios, práticas e ações que empresas, entidades e organizações devem adotar para que o mundo caminhe para um desenvolvimento mais sustentável”, explica Luis Arís, gerente de desenvolvimento de negócios da Paessler LATAM.

Arís conta que no setor de mineração, para que não haja mais desastres como os que já foram vistos no país com o rompimento de barragens de rejeitos de minérios, as mineradoras estão explorando, cada vez mais, tecnologias convergentes OT e IT, ou seja, a integração dos sistemas de TI com sistemas de operação tecnológica (OT) para alcançar o ESG.

O executivo da Paessler enfatiza que hoje, nas mineradoras, é necessário ter uma visão holística do processo de mineração e que uma forma de otimizar esse universo e garantir a aderência de cada fase do processo ao modelo ESG é utilizar soluções de monitoração de ambiente digitais capazes de unificar, em uma única interface, dados sobre toda a produção de minérios. “As organizações têm de gerar relatórios e estudos que partem de um imenso e variado data lake para construir análises precisas do grau de maturidade da mineradora”, afirma Arís.

No entanto, de acordo com um relatório divulgado pela Delloite, no início de 2022, Luis Arís, avisa que a indústria mineradora brasileira está muito atrás de países como Canadá e Austrália em relação a questões relevantes da pauta ESG. “É necessário avançar na relação com comunidades indígenas, otimização do uso da energia, disseminação da digitalização por todo o processo produtivo – da mina ao porto – e implementação de novos controles de cibersegurança”, afirma Luís.

Arís, da Paessler, lembra, ainda, que segundo o relatório “Who Cares Wins”, uma empresa que está em conformidade com práticas ESG entende quais são seus impactos negativos e positivos na sociedade e consegue agir sobre eles.

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