A expansão das cidades, fenômeno chamado de urbanização, quando realizada de forma desordenada, acaba gerando impactos ambientais muito negativos. A poluição do ar é uma preocupação de saúde global; e áreas urbanas com mais árvores têm melhor qualidade do ar.

“Um estudo dos EUA sugeriu que a cobertura de árvores nos EUA removeu 17,4 milhões de toneladas de poluentes em 2010, o que equivale a uma economia de saúde de US$ 6,8 bilhões. As árvores também refrescam as cidades no verão e oferecem espaço para relaxamento”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news).

A poluição do ar, além dos inúmeros problemas que causa à saúde das pessoas, reduz a fertilidade humana, tanto em mulheres quanto em homens. Além disso, os altos índices de poluição estão relacionados com o aumento do risco de abortos, tanto em mulheres que engravidaram naturalmente quanto nas que realizaram fertilização in vitro.

De acordo com a especialista em medicina reprodutiva, Lilian Sério, a diminuição na taxa de fertilidade que é causada pela poluição do ar está relacionada ao tráfego: quanto maior, pior. “Os gases que são formados da utilização de combustível dos carros e das grandes indústrias: dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e monóxido de carbono tem total relação com problemas de fertilidade no homem e na mulher. É válido ressaltar que a poluição também tem efeitos sobre a qualidade do sêmen, evidenciando diminuição na concentração, mortalidade dos espermatozoides e aumento das alterações morfológicas dos mesmos”, explica.

“É possível perceber cada vez mais que a qualidade do ar tem diminuído nos grandes centros urbanos. Uma análise feita pelo estudo Regulação da qualidade do ar: primeira avaliação global sobre a legislação da poluição do ar, lançado pelas Nações Unidas, apresenta que um terço dos países do globo terrestre não possui padrões de qualidade do ar ambiente, exigidos por lei, e que 31% dos países que podem adotar medidas para melhorar esse cenário ainda não o fizeram”, relata Vininha F. Carvalho.

Em 2050, prevê-se que mais de dois terços da população mundial viverão em áreas urbanas. Hoje, muitas pessoas têm acesso limitado a espaços verdes e estão experimentando os efeitos nocivos da poluição atmosférica e sonora em áreas urbanas e periféricas. A pressão sonora pode gerar graves efeitos sobre a qualidade de vida dos seres humanos e sobre o meio ambiente como um todo, além de causar problemas à saúde.

São Paulo foi o primeiro estado brasileiro a assumir, por decreto, o compromisso com as campanhas da ONU “Race to Zero” e “Race to Resilience”. As ações visam o engajamento de governos, empresas, investidores, acadêmicos e lideranças da sociedade civil para zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050. Para isso foram fixadas novas metas e soluções para energias renováveis, restauração florestal, agricultura de baixo carbono, bioeconomia, proteção da biodiversidade, controle e prevenção da poluição, qualidade do ar, transportes sustentáveis, segurança hídrica, saneamento ambiental, municípios resilientes e cidades sustentáveis.

“Não existe vacina para evitar os problemas decorrentes da poluição do ar, que vão continuar levando vidas e gerando doenças crônicas. Acelerar a transição das energias renováveis para longe do metano e do carvão, do petróleo e do gás carbônico intensivos irão melhorar a eficiência energética e a qualidade de vida das pessoas que habitam nas cidades”, finaliza Vininha F. Carvalho.

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