A ONU declarou que, até 2030, estará vigente a Década do Oceano, um período para promover a cooperação internacional voltada à gestão e preservação dos recursos naturais de zonas costeiras. O impacto ambiental gerado pelo consumo mundial e descarte de resíduos está no centro das discussões sobre novas formas de produção, e a economia circular é uma alternativa eficaz.

O índice de reciclagem é um indicador importante para avaliar o compromisso de um país com o meio ambiente. No Brasil, as regiões Sul e Sudeste se destacaram na última pesquisa divulgada pelo PICPlast (Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico), que apresenta o Índice de Reciclagem Mecânica de Plásticos Pós-consumo no Brasil, iniciativa criada pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) e pela Braskem.

“Na região Sudeste, a pesquisa do PICPlast indica que 28,0% dos resíduos são reciclados, representando um aumento de 4,6%, um dos maiores índices desde 2018. Esse índice é seguido pelo Nordeste, que apresenta 16,3%, pelo Centro-Oeste, com 11,3%, e, por fim, a região Norte, que registrou 4,9%”, relata Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios.

De acordo com a pesquisa do 5 Gyres Institute, que investiga a poluição plástica global, mais de 170 trilhões de partículas de plástico contaminam os oceanos, equivalente a aproximadamente 21 mil pedaços por pessoa na Terra.

Segundo Ademilson Zamboni, oceanólogo e diretor-geral da Oceana Brasil, com 10.900 quilômetros de costa e despejando pelo menos 325 mil toneladas de plásticos no oceano todos os anos, o Brasil não pode mais fugir de sua responsabilidade. Resolver esse tipo de poluição vai muito além de delegar a correta separação do lixo ao consumidor, promover limpezas de praia ou propagar o consumo consciente. É preciso um compromisso alinhado com o tamanho do problema e da relevância do país.

Um artigo de 2019 na revista Science of the Total Environment revela que, ao longo da cadeia alimentar, os animais marinhos transferem o plástico ingerido uns para os outros. Este material foi identificado nos estômagos de várias espécies, incluindo peixes, tartarugas e outros organismos que habitam os oceanos.

“Dados da Fundação Ellen MacArthur alerta que a transição para uma Economia Circular poderia reduzir em até 80% o volume global anual de plástico que vai para os oceanos até 2040, poderia gerar uma economia de US$ 200 bilhões por ano e, ainda, criar 700 mil empregos adicionais”, conclui Vininha F. Carvalho.

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