Com a crescente demanda do mercado nacional pelos veículos elétricos e eletrificados e o aumento das alíquotas de impostos para importações, anunciado pelo governo a partir de julho de 2024,  as principais fabricantes chinesas como a Neta, BYD e GWM já se preparam para fabricar no Brasil, com início ainda para este ano. O crescimento dessa indústria deverá ser proporcional ao crescimento da cadeia de suprimentos e  do setor logístico para garantir que a produção dos veículos elétricos e eletrificados acompanhe o ritmo da demanda.
 
Os dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) mostram que o mercado da eletromobilidade veio para ficar e só tende a crescer no Brasil. O primeiro semestre de 2024 registrou um total de 79.304 veículos leves eletrificados vendidos, um aumento de 146% sobre os 32.239 do primeiro semestre de 2023. 
 
No total, o país chegou à marca de 300 mil veículos eletrificados leves em circulação. Os eletrificados incluem todas as tecnologias: os BEV (Battery Electric Vehicles, na sigla em inglês) que são 100% elétricos, os PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicles) híbridos elétricos plug-in, os HEV (Hybrid Electric Vehicles) flex e a gasolina (não plug-in) e os micro-híbridos MHEV, com baixo grau de eletrificação.
 
O excelente momento da eletromobilidade no Brasil, traz também desafios para a logística deste setor. Na avaliação do especialista em logística emergencial e de alta performance, Marcelo Zeferino, CCO da Prestex, apesar de os veículos elétricos terem menos componentes na cadeia produtiva, quando comparados aos veículos tradicionais, as especificidades do segmento exigem uma logística integrada, tecnológica e de alta performance. “A bateria do veículo elétrico, por exemplo, além de ser o componente de maior valor, está incluída na categoria de carga perigosa, pois é feita em íon de lítio, altamente inflamável. Seu transporte e manuseio necessitam de operadores com licenças específicas e cuidados essenciais”, explica o especialista.
 
Marcelo Zeferino lembra ainda que a logística de alta performance é crucial para o início da produção dos veículos eletrificados no Brasil, abrangendo desde a cadeia de suprimentos, aquisição de insumos, interação entre fornecedores e clientes, armazenamento e controle de estoque,  transporte, segurança na armazenagem, distribuição e comercialização. 
 
As empresas de logística vêm investindo em novas tecnologias para integrar as estratégias de rastreabilidade e visibilidade, reduzindo riscos e aumentando a eficiência operacional do setor. “A indústria automobilística precisa maximizar o gerenciamento de riscos, uma vez que qualquer falha pode ser fatal para o negócio devido à complexidade de sua cadeia de produção”, ressalta o especialista em logística, Marcelo Zeferino
 
RASTREABILIDADE – Alguns operadores logísticos já trabalham com softwares de roteirização, gerenciando de forma preditiva a rota de um caminhão ou aeronave no transporte de componentes para as indústrias. Essas informações são transmitidas em tempo real para a planta da fábrica, evitando a parada de produção e possibilitando a tomada de decisões mais assertivas. “A Prestex, empresa que trabalha com logística emergencial B2B, por exemplo, foi uma das pioneiras no país a ter um APP de rastreamento de cargas também utilizado pela indústria automobilística”, comenta o especialista Marcelo Zeferino. 
 
O sistema, iniciado em 2009, permite que o cliente visualize 24h por dia todas as etapas de sua carga via APP, computador ou tablet. O processo é realizado com ferramentas de tecnologia avançada e RFID que informam em tempo real a localização da carga, alertas de movimentação, alteração de temperatura (no caso das baterias), controle de velocidade, alerta de desvio de rota, indicadores de falhas e previsão precisa de entrega.

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