Marta da Silva Ardito, sócio-diretora da Agres Arquitetura, conta como o projeto arquitetônico é fundamental para a sustentabilidade de uma obra.
A série de matérias do caderno especial Arquitetos da Sustentabilidade do Anuário Green Yearbook 2018 já apresentou a visão de arquitetos e escritórios de arquitetura que trabalham com projetos desenvolvidos para serem eficientes e sustentáveis – veja os cases dos escritórios Primi & Appoloni, Rubio & Luongo e Mariana Crego.
Agora, é a vez de revelar como a experiência adquirida pela Agres Arquitetura ao longo dos anos é prova de que a qualidade e a responsabilidade em desenvolver projetos eficientes e sustentáveis trazem grandes resultados. O escritório deu início as suas atividades em dezembro de 1980, atuando na área de projetos arquitetônicos e aprovação em órgãos públicos.
Por um período, também direcionou suas atividades para o mercado de construção, executando obras residenciais – tanto edifícios quanto casas. Em meados dos anos 2000, a empresa passou a se dedicar exclusivamente na formação do conceito arquitetônico dos projetos.
“Somos um escritório com quase 40 anos no mercado, que passou por várias fases de desenvolvimento do País. Hoje, nosso principal foco é buscar no mercado imobiliário soluções que interajam com novas tecnologias e novos hábitos sociais”, afirma a arquiteta Marta da Silva Ardito, sócia-diretora do escritório.
A Agres Arquitetura sempre trabalhou com o mercado imobiliário buscando transparência, boas práticas de projeto com soluções sustentáveis, independentemente de qualquer certificação. A arquitetura procura antever e solucionar as dificuldades da construção e, no atual panorama, a sustentabilidade é parte indispensável neste processo. “O arquiteto, além de ser um projetista, é um consultor, efeito da característica de sempre adotar inovações para melhoria no projeto”, diz Marta.
Entre os cases de sucesso dos quais a empresa fez parte, o empreendimento residencial Bella Bonina – da construtora Trisul S.A – teve projeto arquitetônico da Agres Arquitetura e conquistou a certificação AQUA-HQE, atestando as suas qualidades sustentáveis.
Confira abaixo um trecho da entrevista com Marta da Silva Ardito.
Como a arquitetura sustentável pode influenciar na saúde e conforto dos usuários da edificação?
É fato que a arquitetura por si só melhora a qualidade de vida dos usuários, por criar ambientes que proporcionem conforto acústico, climático, estético, etc. O fato da arquitetura abraçar a sustentabilidade reforça esta condição do uso consciente dos materiais, não apenas no que diz respeito ao cuidado com o desperdício, mas também com a consciência da melhor utilização destes para alcançar a qualidade máxima de cada ambiente.
O uso da edificação influencia na arquitetura? Como equilibrar os conceitos sustentáveis ao propósito da construção?
Sem dúvida! O equilíbrio vem do único modo como a arquitetura é desenvolvida, com muita dedicação, pesquisa, parceria e propostas para alcançar as soluções. Atualmente o desenvolvimento de um projeto imobiliário é multidisciplinar, não apenas dentro do próprio escritório de arquitetura, mas também na parceria com as demais disciplinas envolvidas. Usos diferentes significam expectativas diferentes dos usuários quanto à privacidade, segurança, design, conforto, recreação, variedade de produtos e serviços.
Como o projeto arquitetônico pode aproveitar as características de cada região para diminuir o uso de recursos artificiais?
Alguns exemplos bem simples demostram como o projeto pode ser eficiente! É sempre importante provocar a ventilação cruzada nas unidades, onde existem aberturas de janelas em paredes opostas para criar um “corredor” de vento. As aberturas e terraços localizados na fase norte terão maior incidência solar no ano inteiro, melhorando a qualidade de vida dos usuários.