Para VP da Schneider Electric, a internet das coisas é a chave para identificar as oportunidades de economia de energia e recursos

Artigo de Klécios Souza, vice-presidente de Building na Schneider Electric

As expectativas em torno da retomada da construção civil para 2018 são grandes. E com tantos olhos voltados para o setor, o momento é ideal para envolver uma outra temática nesse assunto: a construção sustentável. Mas, antes de seguirmos, vale lembrar que o Brasil é um dos países signatários do acordo de Paris da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima), que prevê a redução de gases de efeito estufa, de modo a evitar o aumento da temperatura global. Com isso, o país tem o compromisso de, até 2025, reduzir 37% das emissões de CO2, chegando a 43% até 2030.

 Voltando à construção civil, você pode estar se perguntando: “Mas qual a relação das edificações com as alterações do clima?” A resposta está em um relatório da ONU Meio Ambiente, divulgado em dezembro do ano passado. O estudo revela que o setor da construção é responsável por 39% das emissões de gás carbônico em todo o mundo. E isso não ocorre pelo ato de construir em si, mas, sim, pelos altos níveis de energia elétrica que a atividade requer, durante e depois do processo. Em contrapartida, segundo o Green Building Council Brasil, uma edificação sustentável de médio porte poderá reduzir em 40% o uso de água e em 35% a emissão de CO2.

 E de que maneira isso pode ser feito? Medindo! E é aí que entra a IoT (Internet das Coisas). Muitas das construções atuais não fazem uso de métricas de controle, acesso ou eficiência energética. Nesse sentido, a IoT e a construção sustentável estão completamente interligadas. Realizar o gerenciamento e a inteligência de um edifício só é possível a partir do momento em que se conecta. Quem não está conectado não gerencia, não lê e não puxa as variáveis.

 Dando um exemplo bem simples: pense em um shopping com várias lojas, todas de tamanhos e custos diferentes. Se uma medição separada para cada uma não for realizada, não é possível gerenciar o gasto de energia do edifício. Então, aqui, o que a IoT faz? Ela conecta o device de cada loja e permite gerar relatórios e fazer divisões tanto de consumo quanto de custo. Além disso, com a medição, também é possível verificar de onde provém o consumo. Às vezes, pode ser um problema de eficiência com ar-condicionado, tipo de lâmpada, entre outros. Então, para tornar uma construção sustentável, a primeira coisa a ser feita é medir. Se você não mede, você não consegue fazer a análise.

Klécios Souza, VP de Building na Schneider Electric (Divulgação)

 Com a métrica, obtém-se um saving independentemente do prédio. É nesse sentido que Schneider Electric desenvolveu sua plataforma EcoStruxure – aberta e interoperável, pronta para a IoT. Com esse tipo de solução, é possível não só economizar energia, mas também fundos. É uma questão que vai além do ganho ecológico – reflete no bolso. Afinal, ao reduzir o consumo, reduz-se o gasto, que, por sua vez, pode ser investido em outras ações. 

 Mas enquanto no Brasil o número de empreendimentos sustentáveis ainda está em torno de 1%, fica a esperança de que haja cada vez mais espaço para o verde na construção civil e de que, juntos, possamos contribuir para ajudar o país a cumprir seu compromisso com o acordo de Paris.

 

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