Evento sobre produção e consumo consciente contou com o Ministério do Meio Ambiente e Sistema B. Mercado Livre anunciou nova edição da Ecofriday.
Na última sexta-feira, 29 de junho, a Melicidade – sede do Mercado Livre em Osasco (SP) – recebeu o debate Rumos do Consumo Consciente, que contou com a participação de Regiane Pieratti, da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e de Tatiana Mendizabal, co-gestora e articuladora do Sistema B Brasil.
É fato que o poder de compras está nas mãos dos consumidores, no entanto, ainda é preciso refletir questões que ajudam a tornar o consumo consciente. Quando o consumidor tem conhecimento dos impactos sociais, econômicos e ambientais que um determinado produto ou serviço possui, ele tem a chance de se tornar um agente transformador desta cadeia a partir das suas decisões de consumo consciente, reduzindo os impactos negativos em suas compras.
Algumas etapas do consumo consciente são: porque comprar; o que comprar; como comprar; de quem comprar; como usar; e como descartar. Responder estas perguntas é uma maneira de ter um consumo menos impulsivo e mais responsável com o desenvolvimento sustentável.
Atualmente, o Brasil está indo em direção a um cenário mais consciente, no entanto, ainda é preciso que estas informações essenciais para a decisão de compra esteja ao alcance de todos. Neste ponto, o papel desempenhado por empresas é determinante para o avanço.
Plano de produção e consumo consciente
Segundo Regiane, representante do MMA, preço e qualidade ainda são os atributos mais decisivos para efetivar uma compra, porém, a responsabilidade socioambiental tem se tornado um fator determinante. Dessa forma, o papel do consumo consciente não cabe apenas aos consumidores, mas, também, às empresas que podem desenvolver uma produção mais consciente e informar seu público sobre as suas consequências.
Se antes o raciocínio mercadológico seguia uma linha baseada em “o que e para quem produzir, quanto custa e qual será a margem de lucro”, hoje em dia, as mudanças em prol da sustentabilidade são fundamentais para uma nova forma de produzir e consumir. “Se meu produto tem adesão e chega aos lares brasileiros, porque não levar informação e educação sustentável?”, indaga Regiane.
A produção e o consumo sustentáveis fazem parte dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Pacto Global das Nações Unidas, sendo o Brasil um dos países comprometidos com a agenda. Em busca do cumprimento dos ODS, o Ministério do Meio Ambiente apresenta o segundo ciclo do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) – o primeiro foi lançado em 2011.
A nova atualização abrange 10 eixos temáticos, que visam direcionar a produção e o consumo para padrões mais sustentáveis e conscientes. São eles:
- Compras Públicas Sustentáveis;
- Finanças Sustentáveis;
- Indústria Sustentável;
- Construção Sustentável;
- Varejo Sustentável;
- Agricultura Sustentável;
- Consumo Sustentável;
- Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P;
- Gestão de Resíduos Sólidos;
- Relatos Corporativos de Sustentabilidade.
Seja a mudança
O Sistema B é uma ONG que busca uma mudança cultural e global, onde as empresas podem ser protagonistas da economia inclusiva. Segundo Tatiana, as companhias são fundamentais para engajar o público consumidor a ter hábitos mais conscientes. Desta forma, o objetivo do movimento é chegar às empresas que falam diretamente com o consumidor.
Atualmente, são 2.600 empresas B no mundo e 112 no Brasil – cerca de 80% destas são de pequeno e médio porte. Os interessados podem realizar uma avaliação on-line e gratuita no site do Sistema B para checarem quais são os seus impactos socioambientais e econômicos. “Empresa B é aquela que olha para os seus processos, produtos, lucros, mas também olha para os seus próprios impactos e como eles podem ser minimizados”, explica a representante da ONG.
A avaliação consiste em 160 indicadores, olhando para a gestão de cinco áreas: Governança (transparência); Trabalhadores; Meio Ambiente; Comunidade (fornecedores e distribuidores); e Modelo de Negócio. Os indicadores geram um sistema de pontuação, no qual os interessados devem tingir o mínimo de 80 pontos para seguir adiante com o processo. Vale dizer que a certificação é renovável e seu intuito é identificar oportunidades para que a empresa seja um agente de mudança na economia inclusiva.
Afinal, sustentabilidade é um fator decisivo de compra? “O consumidor de hoje está interessado em saber quais são os processos realizados até o momento em que o produto chega ao seu consumo. Isso não é algo pontual, já é uma tendência da atual geração”, afirma Tatiana, co-gestora e articuladora do Sistema B.
Mercado Livre apoia o consumo sustentável
Na ocasião, o Mercado Livre anunciou que contará com o apoio institucional do Ministério do Meio Ambiente para a 2ª edição da Ecofriday, promoção que será realizada de 20 a 27 de julho no marketplace.
A campanha tem o objetivo de promover a venda de produtos sustentáveis, que possuem aspectos positivos quanto à sua eficiência energética, produção local, utilização de materiais reciclados ou à sua capacidade de reduzir emissões poluentes.
Segundo Laura Motta, especialista de sustentabilidade do Mercado Livre, a curadoria é feita, primeiramente, com os produtos que estão dentro da plataforma. No entanto, o objetivo é buscar alianças para aumentar a oferta de produtos sustentáveis disponíveis aos consumidores, como, por exemplo, com o Sistema B e suas empresas. “Acreditamos na soma de esforços em prol da sustentabilidade. A transição para uma economia mais verde exige a mobilização dos diversos atores da cadeia e é um trabalho de longo prazo”, afirma.
A ação é realizada de forma simultânea pelo Mercado Livre em sete países da América Latina – Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Uruguai e Venezuela. De acordo com Laura, o intuito é que a ação não seja pontual, mas, sim, algo recorrente ao longo do ano e que gera um impacto positivo para a companhia, o meio ambiente e a sociedade.