Empreendimentos comerciais já consomem mais energia gerada em pequenos sistemas do que as residências

A micro e minigeração de energia solar ultrapassou os 200 MW de potência instalada no Brasil. Um levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) comemorou o crescimento deste modo de produção, que já corresponde a 72% de toda a capacidade instalada pelos próprios consumidores – um total de 287 MW.

painel fotovoltaico

No total, a produção de energia solar no Brasil é de pouco mais de 1 GW, número que deu um salto em 2017, mas ainda representa uma pequena parcela da matriz energética brasileira – a energia eólica, por exemplo, já soma 13 GW de capacidade instalada.

Ainda assim, o número obtido com a micro e minigeração – em que a central geradora tem potência instalada de até 100 kW e entre 100 kW e 1 MW, respectivamente – foi considerado positivo pela Absolar, que destacou o crescimento obtido principalmente em edifícios empresariais.

“Pela primeira vez desde 2012, quando foi estabelecida pela Aneel a regulamentação que rege o segmento, os consumidores dos setores de comércio e serviços passaram a liderar o uso da energia solar fotovoltaica, com 43,1% da potência instalada no país”, aponta a entidade. Os consumidores residenciais, que costumavam liderar essa demanda, agora ficam em segundo lugar, com 39%, seguidos de indústrias (7,8%), consumidores rurais (5,4%), poder público (4,2%) e outros tipos, como serviços públicos (0,6%) e iluminação pública (0,04%).

Já em sistemas instalados, as residências lideram de forma disparada, com 78%. “O alto valor é explicado pela potência reduzida dos sistemas, já que as residências consomem menos energia elétrica ao longo de um ano do que comércios, indústrias ou edifícios públicos”, explica a Absolar. Comércios e serviços têm 15,6% das instalações, à frente de consumidores rurais (2,9%), indústrias (2,3%), e outros tipos, como iluminação pública (0,2%) e serviços públicos (0,03%).

Minas Gerais é o estado com a maior micro e minigeração de energia solar, com 50,7 MW, ou 24,3% da potência instalada no Brasil. Rio Grande do Sul, com 30,2 MW (14,5%), São Paulo, com 26,8 MW (12,8%), Ceará, com 12,8 MW (6,2%) e Santa Catarina, com 12,0 MW (5,8%), completam a lista dos principais produtores.

Também desde 2012, os investimentos consolidados na micro e minigeração de energia solar já ultrapassam o valor de R$ 1,2 bilhão, segundo a associação. “O Brasil possui mais de 81 milhões de unidades consumidoras e um interesse crescente da população, das empresas e também dos gestores públicos em aproveitar seus telhados, fachadas e estacionamentos para gerar energia renovável localmente, economizando dinheiro e contribuindo na prática para a construção de um país mais sustentável e com mais empregos renováveis locais e de qualidade”, disse o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.

Segundo ele, fatores econômicos contribuem para impulsionar essa forma sustentável de geração de energia : enquanto a energia solar teve seu preço reduzido em 75% na última década, as tarifas de energia elétrica subiram mais de 50%.

 

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