Soluções que otimizam a gestão hídrica em edifícios comerciais e residenciais ajudam no combate da falta de água e ainda trazem economia.

Uso consciente em edifícios é fundamental para a economia de água.
Uso consciente em edifícios é fundamental para a economia de água. Foto: Pixabay

Há um pouco mais de um mês, o Sistema Cantareira — maior reservatório de água da região metropolitana em São Paulo — está em estado de alerta. Hoje (5 de setembro), o índice de armazenamento é de 36,4%. Não é difícil lembrar da pior crise que a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) enfrentou, em 2014, quando o mesmo Cantareiro operou com apenas 29% da sua capacidade.

Se durante um tempo a situação foi amenizada, os cidadãos da grande São Paulo voltaram a utilizar enorme quantidade de água, uma média de 129 litros ao dia. É valido ressaltar que o uso ainda deve ser consciente, já que o consumo da água ainda é maior que a capacidade de reposição da natureza. A população deve voltar a fazer ações que economizam e evitam o desperdício do recurso, como banhos demorados, torneiras abertas sem necessidade e a lavagem de carros e calçadas com água potável, por exemplo.

Represa Cantareira vista de cima
Vista da Represa do Rio Cachoeira, do Sistema Cantareira, em Piracaia (SP) Foto: Renato César Pereira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Após entrar em estado de alerta, a Sabesp adotou meios de poupar água e a capacidade de distribuição do manancial foi reduzida de 31 mil litros para 27,4 mil litros por segundo.

O número de habitantes que são atendidos hoje são de 7,4 milhões — antes os 9 milhões de pessoas que eram atendidos em 2014 —, que representa 46% da população da capital paulista.

Edifícios sustentáveis

A crise escancara os reais problemas de um desenvolvimento não sustentável. Para contornar este panorama, o mercado da construção civil vem criando novas formas e tecnologias para obter um consumo eficiente e maior reaproveitamento de água em condomínios, empresas e grandes edifícios governamentais.

Edifícios comerciais e residenciais são um dos principais responsáveis pela demanda de água potável nas grandes capitais. A boa notícia é que o movimento pela construção de prédios sustentáveis vem crescendo e fazendo com que os empresários percebam que não é só vantajoso para o meio ambiente, mas, também, para o bolso de quem investe.

De acordo com Felipe Faria, diretor-executivo do Green Building Council (GBC) Brasil e presidente do Comitê dos GBCs das Américas pelo World Green Building Council, o uso eficiente da água pode trazer uma redução de até 60% no consumo do recurso potável. “É uma contribuição importante para a gestão da demanda e da oferta de água nas cidades”, afirma Faria.

Cada empreendimento que reduz o seu consumo de água por meio do reúso, disponibiliza uma grande quantidade para a sociedade em torno do edifício e isenta a concessionária de investimentos adicionais para distribuir água e atender aquela população.

Gestão hídrica

General Walter oferece soluções para a gestão hídrica.
General Walter oferece soluções para a gestão hídrica. Foto: Divulgação/General Water

Uma das soluções que grandes empresas vêm oferecendo ao mercado é a gestão hídrica, que auxilia na redução do consumo e trata a água de reúso, trazendo grandes benefícios para quem utiliza. “A implementação de uma gestão consciente reduz a pegada hídrica em função da diminuição do uso do recurso e do descarte de esgoto, aumenta a autonomia hídrica e reduz a dependência da água da concessionária pública. Além disso, reduz os custos com água, descarte e esgoto, diminuindo o risco de desabastecimento em regiões com escassez hídrica”, informa Fernando Pereira, diretor comercial da General Water — concessionária particular de água.

A instalação do sistema de gestão hídrica leva em conta o consumo de água, espaço disponível, onde os fluídos são usados e a característica de uso de cada consumidor. Porém, o principal requisito para a instalação ainda é a vontade dos gestores de contar com uma solução eficiente e econômica que tange o uso da água. São calculados cerca de 6 a 8 meses para que uma instalação seja realizada, uma vez que a implementação leva em conta a captação de esgoto, construção e montagem das estações de tratamento e instalação de todas as tubulações necessárias. Segundo Fernando é possível economizar de 5% a 50% na conta de água e esgoto após a realização do projeto. Existem outros ganhos para quem adquire o sistema hídrico, como melhor qualidade de água, redução do descarte de esgoto e diminuição do impacto ambiental.

Especialista trabalhando no tratamento na água
Tratamento de água de reúso. Foto: Divulgação/General Water

“O esgoto é tratado biologicamente, praticamente sem a adição de produtos químicos. Na sequência passa por membranas de ultra filtração e recebe cloro. É possível deixar a água pronta para consumo humano, porém ainda não é permitido fornecer água de reúso como potável no Brasil, diferente de vários outros países, como EUA, Cingapura e Namíbia, por exemplo”, informa Pereira.

Com este sistema é necessário que haja uma manutenção contínua, que podem ser feitas tanto presencial quanto à distância por sistema de telemetria.

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