Schneider Electric consultou 240 grandes companhias e constatou que medidas sustentáveis se limitam, na maioria das vezes, a redução no consumo de energia e água
Grande parte das empresas se diz preparada para um futuro mais sustentável, mas poucas tomam as melhores medidas para isso. Essa é a principal conclusão de um estudo da Schneider Electric, companhia de gestão de energia elétrica e automação, divulgado hoje.
Na pesquisa, que consultou 240 grandes empresas com faturamento superior a US$ 100 milhões em todo o mundo, 85% das participantes afirmaram “estar agindo para manter seus planos de redução de carbono a níveis competitivos” nos próximos três anos. Quando perguntadas sobre quais são as medidas, no entanto, elas costumam se resumir a eficiência energética, redução de consumo de água e gestão de resíduos. O que é importante, mas não suficiente e contribui para uma “falsa sensação de segurança”, segundo a autora do relatório.
“O foco quase universal na conservação é positivo. No entanto, ser um consumidor consciente é apenas uma parte do que é necessário para sobreviver e prosperar. As empresas precisam se preparar para serem participantes ativas do setor de energia, apoiando a produção de energia e interagindo com todos os participantes da cadeia. Aqueles que não conseguirem agir agora serão deixados para trás”, diz o CEO da Schneider Electric, Jean-Pascal Tricoire.
O que a Schneider considera como medidas eficazes no longo prazo são o armazenamento de energia e a instalação de microgrids e de sistemas de resposta à demanda – que adaptam o fornecimento de energia conforme a necessidade de consumo, como desativar automaticamente aparelhos e processos secundários em horários de pico, por exemplo.
A Scheneider constatou que, embora 81% dos entrevistados venham concretizando medidas para ganhar eficiência energética, e 75% estejam trabalhando para reduzir o consumo e o desperdício de água, apenas 30% estão utilizando tecnologias como calor e energia combinados (em que o calor residual da produção de energia é utilizado em outros processos no edifício), e 23% têm estratégias de resposta à demanda ou planejam tê-las no curto prazo.
A principal dificuldade apontada por aqueles que se limitam às ações mais simples é a falta de coordenação entre todos os departamentos da empresa – apontada por 61%. A pouca colaboração dos próprios funcionários também foi citada pela mesma quantidade de companhias. Já a descentralização dos dados da empresa são obstáculo para 45%.
Energia renovável é destaque positivo
A boa notícia do estudo da Schneider Electric é o uso crescente de energia renovável pelas empresas. Pouco mais da metade (51%) dos respondentes afirmou utilizar esses recursos, ou ter planos para fazê-lo nos próximos dois anos. Setores como educação e treinamento (67%) e saúde (64%) são os mais avançados nesse sentido. A construção fica mais atrás, com 53%, à frente apenas da indústria e do setor público/terceiro setor.
Utilizar energia renovável é considerado fator-chave para alcançar a sustentabilidade e alongo prazo, diz a Schneider em seu relatório, lembrando que as emissões de CO2 relacionadas à produção de energia podem ser reduzidas em até 70% nesse processo.
Você pode acessar o estudo completo da Schneider Electric clicando neste link.