Fornecedora para grandes redes de supermercados e de fast-service do Brasil, Atilatte é denunciada ao Ministério Público pelo tratamento dos animais



A Mercy For Animals, organização global de proteção animal, lançou recentemente uma investigação secreta envolvendo a Atilatte, empresa de laticínios do segmento premium, proprietária de uma das maiores fazendas de leite do Brasil. Fornecedora para grandes redes de supermercado e fast-service como Pão de Açúcar, Carrefour e Starbucks, a Atilatte é reconhecida no mercado pelo seu discurso de sustentabilidade e cuidado com os animais. O vídeo divulgado pela MFA, entretanto, revela imagens que mostram outra realidade.

Paula Cardoso, diretora jurídica da Mercy For Animals no Brasil, comenta que as cenas documentadas contêm indícios de irregularidades nas práticas adotadas na fazenda. “Documentamos animais sendo manejados de forma truculenta e sofrendo com ferimentos e enfermidades. Também coletamos o relato de um profissional da fazenda que descreve a realização da eutanásia de uma vaca e seu feto com uso de formol, o que contraria as diretrizes mínimas do abate humanitário no Brasil”. A MFA denunciou a Atilatte para o Ministério Público e acompanhará todo o processo.

Além da questão jurídica apontada por Paula, a VP de investigações da MFA, Luiza Schneider, chama atenção para os mitos que o vídeo desmistifica sobre a indústria do leite. “Um dos principais mitos é que as vacas simplesmente ‘dão leite’ e que vivem felizes em pastos abertos com seus bezerros. No entanto, o material divulgado comprova que as vacas vivem em um ciclo intensivo para produzirem leite. Elas são forçadamente inseminadas, vivem grande parte do tempo confinadas e sofrem com machucados, socos e chutes e, além disso, são separadas dos seus filhotes antes que eles possam sequer mamar pela primeira vez”, comenta.

Outro momento do vídeo que reacende um debate há muito discutido nos canais de comunicação e entre a população, é o relato de uma trabalhadora sobre o descarte dos bezerros machos para produção de “baby-beef”, termo especialmente usado nos Estados Unidos, que apesar de também possuir outros significados no Brasil, se refere a carne de bezerros recém-nascidos. Luiza conta que o “descarte” de bezerros machos é uma prática comum da indústria de leite, “eles geralmente são mortos nas próprias fazendas de leite ou são vendidos vivos para serem mortos em abatedouros”.

A executiva comenta, ainda, que na indústria do leite as vacas geralmente vivem cerca de 10 anos, o que é metade do que poderiam viver em seus habitats naturais. “Depois de gerarem entre 4 a 6 filhotes, em gestações com duração aproximada de 9 meses, elas são levadas para abatedouros”, finaliza Luiza.

O vídeo termina com um pedido para que a sociedade cobre da Atilatte e de outras empresas da indústria do leite mais transparência em suas comunicações. Para assinar a petição, acesse: www.vacasnaodaoleite.com.br

Para assistir a investigação acesse.

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