Conversamos com Klecios Souza, VP Buildings da Schneider Electric, no Salão do Automóvel sobre recarga de veículos elétricos e gerenciamento de energia. 

Klecios Souza, VP Buildings da Schneider Electric
Klecios Souza durante apresentação no espaço New Mobility no Salão do Automóvel 2018. Foto: Divulgação/Schneider Electric

O Salão do Automóvel de São Paulo mais elétrico que já existiu encerrou ontem (18) suas atividades, mas ainda é importante destacar algumas experiências que o evento deste ano trouxe para o público em geral. O espaço New Mobility – Trends and Future abrigou uma série de debates e palestras sobre os novos rumos da mobilidade urbana e o Going Green Brasil foi conferir a convite da Schneider Electric.

A empresa – especializada em gestão de energia e automação – esteve presente no Salão do Automóvel para apresentar a sua atuação no segmento. Desde 2011, a Schneider Electric vem trabalhando fortemente com o desenvolvimento de carregadores de veículos elétricos – são 80 mil pontos de conexão em 41 países – e o gerenciamento de energia.

“O conceito de mobilidade urbana está mudando e, com isso, a maneira de consumir e trabalhar os veículos eletrificados. Hoje o carro elétrico não é visto mais como um modelo a não combustão, mas, de fato, como um carro que consome energia. Como uma empresa de gestão de energia e automação, esta mudança nos deu a possibilidade de entrar neste novo mercado”, diz Klecios Souza, VP Buildings da Schneider Electric.

Segundo o executivo, o mercado apresenta quatro tendências que devem ser exploradas:

  • Mais elétrico: o mundo se torna cada vez mais elétrico e os veículos são parte essencial neste ponto;
  • Mais digital: a forma de gerenciamento de praticamente todos os devices se tornou digital e conectada;
  • Mais eficiente: é preciso primeiro medir para, depois, gerenciar o consumo de energia. Isso torna o processo mais eficiente;
  • Mais descentralizado: futuramente, a possibilidade de gerar energia própria se tornará ainda mais acessível, descentralizando grandes distribuidores e permitindo um controle maior diretamente pelo consumidor.

Gestão de energia

O gerenciamento de energia é fundamental para este novo cenário, seja para o consumidor final seja para o empreendedor que presta o serviço de recarga de veículos elétricos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou em julho deste ano a regulamentação sobre o tema, assim, distribuidoras, postos de serviços e demais empreendimentos podem disponibilizar estações de recarga e cobrar pelo serviço.

A Schneider Electric oferece tipos de carregadores tanto para uso residencial quanto para empreendimentos de grande porte. O modelo para residência atende a necessidade do consumidor que, em geral, vai carregar o seu veículo antes de sair de casa, podendo deixá-lo por um período maior – durante a noite, por exemplo –, já que este carregador é um pouco mais lento.

Já o tipo fast-charge é voltado para empreendimentos em rodovias, condomínios ou postos de serviços adaptados. O carregador pode atingir os 100% de bateria em apenas 20 minutos, dependendo do tipo de carro, bateria e tecnologia aplicada. “É possível gerenciar o uso dos carregadores de diversas formas, como aplicativo ou cartão. Então, por exemplo, em um condomínio, o morador libera o ponto de energia através do smartphone ou do cartão e eu consigo saber por quanto tempo a tomada foi utilizada e a quantidade de energia demandada”, explica Klecios.

O consumo de energia é uma dúvida constante entre os interessados no veículo elétrico. A conta, no entanto, deve levar em consideração o quanto é possível economizar e rodar com o carro em comparação com o modelo a combustão. “O consumo vai de 16 a 32 amperes com uma tensão de 220 V. Depende do tipo de carro e da bateria. Mas, em uma comparação simples, é mais ou menos a potência ativa de um ferro de passar roupa”, diz.

Portanto, o consumo de energia não sofre com um grande aumento, além disso, o valor do Quilowatt (kW) é muito menor do que o litro da gasolina. A economia pode chegar em 30% em relação ao carro a combustão, considerando uma recarga para rodar 10 km e o quanto de combustível é necessário para o mesmo trecho. “Isso contando o kW do Brasil, que possui um dos maiores custos do mundo”, completa o VP Buildings da Schneider Electric.

Vale lembrar que tomadas de uso geral não possuem a potência necessária para este tipo de uso, assim, é preciso adequar a edificação com a instalação de tomadas específicas para veículos elétricos. Segundo o executivo, a recomendação é procurar um especialista para o serviço. “Depende da carga que está instalada na edificação. Um prédio de 20 anos, por exemplo, muitas vezes não tem uma estrutura preparada para tal. É preciso entender o quanto ele pode prover de potência ativa para que a adequação possa ser feita. Além de procurar a solução ideal para cada situação, que deve avaliar a quantidade de carregadores, modo de gerenciamento, entre tantas outras possibilidades”, finaliza Klecios.

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