BubbleDeck, de origem dinamarquesa, oferece solução que possibilita a troca do concreto por esferas plásticas, que chegam a reduzir 35% do peso da laje.



Sistema BubbleDeck reduz até 35% do peso da laje
Foto: BubbleDeck Brasil

A sustentabilidade é um dos grandes desafios do mundo moderno. Dentro do setor de construção civil, buscar tecnologias e soluções que reduzem o impacto ao meio ambiente e o uso de recursos naturais se tornou uma das premissas para ter uma obra e uma construção de excelência. O principal objetivo é fazer mais com menos, obter crescimento com sustentabilidade e produtividade com economia de custos.

O concreto é um dos maiores vilões da construção civil quando falamos de sustentabilidade, acarretando impactos consideráveis ao meio ambiente. Para a produção do concreto, o consumo de matérias-primas virgens – por exemplo, areia, pedra, cascalho moído e água – é elevado, enquanto a produção do cimento Portland – o mais utilizado na construção civil – causa danos irreparáveis. Estima-se que a produção do cimento é responsável por uma alta porcentagem de emissão de CO2 na atmosfera.

Dessa forma, diversas tecnologias surgiram no mercado para amenizar e reduzir o impacto causado pelo concreto. Uma opção interessante para as construções é o sistema construtivo BubbleDeck, solução que permite substituir o concreto por esferas plásticas sem prejudicar o desenvolvimento estrutural da construção, tornando a laje mais leve e, ainda assim, mantendo a sua resistência.

Esferas são feitas, em sua maioria, de plástico reciclado
Foto: BubbleDeck Brasil

O BubbleDeck é composto pela incorporação de esferas plásticas, fabricadas com resina plástica de Polietileno (PEAD) e Polipropileno (PP). Em sua maioria, a matéria-prima utilizada é reciclada, sendo retirada do meio ambiente. As esferas são distribuídas uniformemente entre duas telas metálicas soldadas e fixadas em treliças, ocupando a zona que seria do concreto. O sistema construtivo ainda é composto por pilares, pré-lajes em concreto armado montados sobre escoramento metálico e, posteriormente, complementado por concreto (capeamento). Além de reduzir os materiais utilizados, a solução apresenta um aumento de produtividade em função do seu processo industrializado e, especialmente, um significativo menor impacto ambiental. O peso é reduzido em até 35% em relação a uma laje maciça convencional.

“São vários os benefícios alcançados em decorrência da utilização do sistema BubbleDeck, uma vez que estamos falando  de um processo construtivo industrializado que, além de reduzir a quantidade de material utilizado no canteiro e os prazos de execução (da estrutura), propicia melhoria no desempenho térmico e acústico, aumento da flexibilidade de (possível) mudança de layouts e furos na laje, por se tratar de uma laje plana de comportamento biaxial”, afirma Wlicio Chaveiro Nascimento, diretor geral e sócio-fundador da BubbleDeck Brasil.

 


A execução de uma laje com painéis BubbleDeck segue o seguinte método: fabricação dos painéis na central, execução do escoramento, montagem dos painéis, armação complementar através das fôrmas laterais e concretagem. Vale ressaltar que o dimensionamento final da altura de uma laje que utiliza a solução depende dos requisitos específicos de cada projeto, variando de acordo com o vão entre pilares e sobrecargas de trabalho. Desta maneira, é definido o diâmetro das esferas, aumentando conforme a necessidade de maior resistência.

Laje de 1.000 m² pode ser preenchida em 6 dias
Foto: BubbleDeck Brasil

Por apresentar o mesmo comportamento estrutural que a laje plana maciça oferece, não foi preciso recorrer a nenhuma normatização específica. Para a instalação da solução são consultadas normas internacionais existentes. No Brasil, os projetos são baseados em normas nacionais que abrangem o comportamento das lajes planas convencionais, aplicando-se recomendações de normas internacionais. “Os requisitos de segurança são os mesmos adotados para qualquer outra estrutura em concreto armado, tanto em relação ao cálculo (NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento) quanto à execução (NBR 14.931 – Execução de estruturas de concreto – Procedimento), adotando, no entanto, as premissas inerentes à tecnologia, como a redução do peso próprio, do esforço cortante e do momento fletor, no caso de cálculo”, explica Wlicio.

Vantagens

A empresa oferece dois modelos para atender as necessidades do mercado. Os Módulos são formados pelas esferas, treliça e telas metálicas. São ideais para lajes de obras pequenas ou de médio porte – ou ainda para aquelas com difícil acesso e movimentação –, no entanto, a vantagem é poder distribuir e posicionar o sistema manualmente. São posicionados sobre fôrmas convencionais de madeira (assoalho), com posterior armadura complementar e concretagem. Já os Pré-lajes são peças formadas pela introdução ao Módulo BubbleDeck em uma camada de 6 cm de concreto, formando um painel pré-moldado. Os elementos são posicionados sobre escoramento com maior espaçamento, sem assoalho e com sequência parecida com o Módulo. Esta alternativa é ideal para obras que precisam de velocidade e redução de mão de obra.

Uma das vantagens de utilizar um sistema industrializado é poder planejar a execução sem interferir as demais etapas, além de diminuir a necessidade de mão de obra alocada no canteiro devido à simplicidade na sua execução. Mesmo com um número menor de pessoas na obra, a construção de um pavimento com a solução BubbleDeck ganha em agilidade, podendo executar uma laje de 1 mil metros quadrados em até seis dias (confira passo a passo a seguir).

A flexibilidade da solução é outro fator vantajoso devido ao processo industrializado, uma vez que os painéis e módulos podem se adequar conforme a necessidade da obra, adaptando-se a diversos layouts de projetos. Por atender tipos de obras diferentes, há a possibilidade do fornecimento das peças através do formato “just in time”, ajustando-se para obras com pouco espaço ou com problemas no recebimento de cargas.

Sistema é preenchido com as esferas plástica e depois cobertas com cimento
Foto: BubbleDeck Brasil

Outros pontos destacados são:

  • Aumento da distância entre eixos, possibilitando vãos maiores se comparado com estruturas tradicionais. Essa característica ocasiona um melhor aproveitamento estrutural graças à propagação dos esforços nas duas direções, dentro da concepção estrutural;
  • A ausência de vigas oferece ganho de produtividade e de pé-direito, além de reduzir o custo devido à eliminação de elementos e redução de fachada;
  • A instalação do sistema permite a passagem de tubos e dutos na laje, deixando-os embutidos. Também permite a execução de furos após concretagem final da laje;
  • A tecnologia BubbleDeck viabiliza a utilização de cabos de protensão, caso seja necessário;
  • Por serem peças pré-moldadas, proporciona redução de aproximadamente 60% do escoramento, propiciando maior espaçamento das escoras e adotando o uso de mesas voadoras;
  • Quando utilizado o painel pré-moldado, as fôrmas de assoalho são eliminadas, suspendendo o custo e a execução de montagem deste insumo;
  • Diminui o peso próprio da laje em até 35%, permitindo redução nas fundações e no custo da obra. A combinação de redução de peso e eliminação de vigas possibilita aumento de pavimentos;
  • Redução de escavações de subsolo devido ao ganho de pé-direito útil;
  • Devido ao uso de fôrmas metálicas, a superfície inferior das lajes apresenta alta qualidade, eliminando o retrabalho e dispensando revestimentos. Também oferece melhor controle do processo produtivo por ser executado em uma central de pré-fabricação;
  • As esferas plásticas preenchidas de ar, incorporadas no concreto, proporcionam excelente isolamento acústico e baixa condutibilidade térmica, com boa aceitação em edifícios residenciais e comerciais. O desempenho está em conformidade com a norma NBR 15.575 – Edificações Habitacionais – Desempenho da ABNT;
  • Apresenta resultados satisfatórios em relação à exposição ao fogo, em termos de estabilidade, estanqueidade e condução da temperatura;
  • Ensaio realizado, baseado na ABNT NBR 9607:2013, utilizando carregamento estático através do uso de água em piscinas, com acréscimo de 10% sobre a sobrecarga de projeto.

Por fim, vale ressaltar que a solução não necessita de nenhuma manutenção específica com o decorrer dos anos. “O ciclo de vida de uma estrutura com sistema BubbleDeck é praticamente o mesmo de uma estrutura convencional, uma vez que, a diferença entre ambas reside na troca do concreto da zona neutra pela esfera (vazia) plástica, não causando reflexos quanto ao cobrimento (da armadura)”, afirma Wlicio, diretor geral e sócio-fundador da empresa no Brasil.

Passo a passo

Ciclo de produção com BubbleDeck
Fonte: BubbleDeck Brasil
Ciclo de produção com BubbleDeck
Fonte: BubbleDeck Brasil
Ciclo de produção com BubbleDeck
Fonte: BubbleDeck Brasil
Ciclo de produção com BubbleDeck
Fonte: BubbleDeck Brasil
Ciclo de produção com BubbleDeck
Fonte: BubbleDeck Brasil

Sustentabilidade

O BubbleDeck é ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. O modelo construtivo é capaz de suprir as necessidades do mercado e, mesmo assim, preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais. Por este compromisso, a tecnologia apresenta selo verde com diversos prêmios internacionais.

Uma laje feita com as esferas plásticas ao invés do processo tradicional, reduz drasticamente o uso de concreto, de matérias-primas como plástico e aço, a emissão de CO2, de árvores cortadas, de energia embutida nos materiais e do diesel usado para o transporte de elementos ao canteiro da obra. O alto grau de inovação em sustentabilidade em conjunto com a alta produtividade contribui consideravelmente com a obtenção da certificação LEED por parte dos empreendimentos que utilizam a solução.

No mundo, são mais de 400 edifícios que usam a tecnologia BubbleDeck. Entre as construções no Brasil, estão o Novo Centro Administrativo do Distrito Federal (CADF), em Brasília (DF); Edifício Garagem do Galeão (EDG), no Rio de Janeiro (RJ); Espaço de lzer do estádio Arena da Baixada, em Curitiba (PR); e a sede da Oderbrecht no Brasil, em Salvador (BA).

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