Lucrar sem agredir o meio ambiente é um objetivo crescente entre jovens empresários

No último relatório anual da Capgemini, “Um Mundo em Equilíbrio 2023”, 57% dos executivos entrevistados afirmaram que suas empresas estão repensando o modelo de negócio para se tornarem mais sustentáveis. O número, bem maior do que os 37% registrados no ano anterior, demonstra a preocupação crescente com o futuro do planeta. E isso acontece principalmente entre as gerações mais novas: segundo o estudo “Gen Z and Millennial Survey” deste ano da Deloitte, cerca de 64% da geração Z – pessoas nascidas entre 1995 e 2010 – está inclinada a pagar um valor superior por produtos ou serviços que sejam ambientalmente sustentáveis.

Uma pesquisa de 2019 da rede social Yubo mostrou ainda que, para 34% dos jovens dessa faixa etária que desejam empreender, contribuir para mudar a realidade é uma razão relevante para abrir uma empresa. Não por acaso, jovens empreendedores estão protagonizando uma transformação no mercado ao investir em negócios que geram lucro e, ao mesmo tempo, se comprometem com o meio ambiente.

Uma das empresas que se destaca nesse cenário é a Wash Me, fundada em julho de 2019 por João Salvatori e Marcelo Lopes, quando ambos tinham apenas 21 anos. Especializada em gestão de lavagem ecológica e estética automotiva para frotas, a startup, que neste ano se lança no mercado de franquias, utiliza apenas um copo d’água por veículo, método 100 vezes mais econômico do que os tradicionais, e produtos biodegradáveis. Adaptável ao local de estacionamento do cliente, oferece serviço personalizado para todos os tamanhos de frotas.

João Salvatori, CEO da Wash Me

A ideia começou quando Salvatori ainda estava na faculdade, em uma disciplina de empreendedorismo.  “O trabalho final era desenhar o modelo de negócios de uma empresa, do zero. Depois de outras duas ideias, também ligadas a ESG, o segmento de lava-rápidos ecológico foi o escolhido, já que não demandava muita estrutura e dinheiro para sair do papel”, conta o CEO, Salvatori, hoje com 27 anos.

Com cinco anos de atuação nacional, já promoveram a economia de mais de 170 milhões de litros de água para gigantes do mercado como Localiza, Movida, Unidas, Prosegur, Enel e transportadoras que prestam serviço à Ambev, uma das maiores cervejarias do mundo. Além disso, a Wash Me poupou a emissão de cerca de 1,3 toneladas de gás carbônico (CO₂) e 444 mil litros de combustível, uma vez que a lavagem ocorre in loco, tornando desnecessário qualquer deslocamento das frotas.

Como o conceito de ESG (Environmental, Social, and Governance) vai além da sustentabilidade ambiental, as ações da startup também inovam na governança: para colaborar com a empresa, os parceiros devem ter registro formal, estar com os impostos em dia e contratar todos os funcionários pelo regime CLT – uma prática pouco comum no setor de lava-rápidos. “Nós trabalhamos com companhias listadas em bolsa, para quem os dados de ESG são muito relevantes. Porém, infelizmente, o mercado de lava-rápidos ainda tem muita atuação irregular. Quando a Wash Me assume a gestão de lavagem de frotas, nós garantimos ao contratante que o prestador de serviços está de acordo com a governança fiscal e trabalhista”, explica Salvatori.

Já a RefilMe é outra empresa jovem que chama atenção pelo impacto positivo no meio ambiente. Fundada pelas irmãs Isabela e Flávia Vitoi, também em 2019, e especializada em mídia out of home, a empresa dedica-se ao fortalecimento de marcas através de suas estações móveis de hidratação para eventos e espaços públicos. A empresa promove a sustentabilidade ao reduzir o consumo de garrafas plásticas de uso único. Com um portfólio que inclui empresas como Allianz, Shell, Brahma, Budweiser, Suzano e Banco do Brasil, a RefilMe colabora com organizações que compartilham o compromisso com o desenvolvimento sustentável.

Gerar visibilidade para outras marcas enquanto promove sustentabilidade é parte central do sucesso de mais um negócio, o PremiaPão. Neste caso, através de publicidade em sacos para padarias. A franquia existe desde 2015 e trabalha com papel biodegradável, além de realizar ações para diminuição de impacto ambiental, como plantio indireto de árvores. A empresa, que já estampou embalagens para marcas como Polishop, Subway, Claro e Ortobom, trabalha exclusivamente com materiais biodegradáveis e tintas atóxicas.

Please follow and like us:

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: