Escritório de arquitetura Primi & Appoloni foi responsável por projetos do Grupo Rio Verde que foram certificados AQUA-HQE.
O papel dos arquitetos para a sustentabilidade é de extrema importância para que a construção obtenha um alto nível de desempenho ambiental, econômico e social. Afinal, são profissionais responsáveis por diversas escolhas durante a concepção do projeto.
Um dos destaques da primeira edição do Anuário Green Yearbook – publicação que traz um panorama completo sobre a construção sustentável – é o caderno Arquitetos da Sustentabilidade, espaço que apresenta escritórios e profissionais de arquitetura que possuem o DNA sustentável intrínseco em seus trabalhos.
Implementar inovação mesmo nos projetos mais simples não é uma tarefa tão fácil assim. Requer atenção, conhecimento e empenho para fornecer soluções originais e criativas para cada caso. Foi com este objetivo e conceito em mente que os arquitetos Celso Primi e Laudenir Appoloni fundaram o escritório Primi & Appoloni Arquitetura há 20 anos.
Muito mais do que seguir tendências, a empresa busca desenvolver projetos com estilo próprio, sempre levando em conta aspectos importantes do contexto urbano e procurando as melhores soluções para as necessidades do cliente. Para Laudenir, o resgate da arquitetura sem excessos formais e com uma implantação inteligente já produz um ótimo desempenho nessas questões. “Buscamos inovar sempre e criar o ‘locus’ – que significa lugar, em latim – onde as aspirações humanas encontrem abrigo e condições de se tornarem reais”, afirma o sócio-diretor.
Apesar de algumas soluções técnicas se repetirem em projetos distintos, encontrar condições específicas em cada sítio permite que algumas soluções únicas sejam adotadas de acordo com o empreendimento. Questões como o entorno – som de trânsito, estabelecimentos próximos, como aeroportos e bares –, clima e terreno – incidência da insolação e ventilação, topografia do local, etc. – influenciam na concepção do projeto.
“Seja qual for o ambiente, a sustentabilidade é pensada no bem-estar do ser humano. Para cada tipologia de uso são pensadas situações e soluções distintas que produzam estas sensações”, diz o arquiteto. Confira um trecho da entrevista com Laudenir Appoloni, do escritório Primi & Appoloni, a seguir.
[Going Green Brasil] Qual é o papel da arquitetura para a sustentabilidade de uma construção?
Nós acreditamos que a sustentabilidade de uma edificação está intimamente ligada ao desempenho energético, de consumo e ausências de patologias que a mesma vai oferecer aos moradores ao longo do tempo.
O resgate da arquitetura sem excessos formais e com uma implantação inteligente por si só já produz um ótimo desempenho nessas questões. E, aliando-se a isso, a tecnologia de novos materiais e instalações com diretrizes reais de eficiência no consumo tem mostrado um resultado muito equilibrado, que nos permite rotular a edificação como sendo de caráter sustentável. O papel primordial da arquitetura no auxílio à sustentabilidade é oferecer soluções de projeto que sempre impliquem em melhor desempenho na edificação.
Como a arquitetura sustentável pode influenciar na saúde e conforto dos usuários da edificação?
A arquitetura sustentável não implica, necessariamente, só na eficiência geral da edificação ou na questão de consumo. Uma arquitetura inteligente produz formas, espaços e circulações que geram conforto e praticidade ao usuário. Boas soluções de arquitetura como criação de espaços agradáveis, fáceis de transitar e com boa iluminação natural têm efeitos psicológicos muito positivos nos usuários, pois fazem com que os mesmos se apropriem facilmente do local e gerem uma sensação de conforto e abrigo muito importante ao ser humano.
Como trabalhar com espaços verdes a fim de valorizar o projeto e preservar o meio ambiente?
Os espaços verdes são uma necessidade humana e não um item apenas de embelezamento ou complemento formal do edifício. Os confortos físicos e sensoriais que estes espaços produzem em uma obra nos fazem criar soluções sustentáveis adequadas ao tipo de empreendimento proposto, além de sempre se revelam espaços de uso muito agradável.