Segmento de energia solar vem se destacando como forte aliado à sustentabilidade e tem potencial de expansão para 2024


Por Rafael Carneiro*, Diretor Comercial da Ourolux


Imagem: Divulgação

Em terras brasileiras, o setor solar fotovoltaico vem crescendo de maneira expressiva nos últimos anos. Esse fenômeno não é apenas reflexo do clima tropical do país, mas também de uma conjunção de fatores que trazem à tona uma energia já consagrada protagonista para o cenário energético nacional.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) divulgou projeção de acréscimo de 9,3 GW em capacidade instalada em 2024, elevando a potência acumulada para 45,6 GW até o final do ano. Isso representa investimentos na casa dos R$ 38,9 bilhões, com perspectivas de criar mais de 281,6 mil novos empregos e arrecadação extra de mais de R$ 11,7 bilhões aos cofres públicos.

Por que a energia solar brilha por aqui?

O Brasil tem uma vantagem natural quando se trata de energia solar, com alto nível de irradiação em grande parte do território. Além disso, políticas públicas incentivadoras, como a Resolução Normativa 482 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que permite a geração de energia solar distribuída, têm o poder de estimular a adesão tanto de consumidores residenciais quanto industriais. A queda nos custos dos equipamentos e a conscientização crescente sobre os impactos ambientais da energia convencional também refletem o desenvolvimento do setor.

A verdade é que o segmento se destaca como um forte aliado da sustentabilidade no país. Atualmente, graças aos avanços dos últimos tempos, a energia solar fotovoltaica se consolida como a segunda maior fonte da matriz elétrica brasileira, com aproximadamente 16% da potência instalada, ficando atrás apenas das hidrelétricas. Em franca expansão, espera-se que ultrapasse até mesmo as hidrelétricas, por isso devemos nos voltar sempre à importância de incentivos, políticas, programas e subsídios do governo que podem acelerar esse processo.

Benefícios para todos e inovações

Além de se consolidar como uma alternativa limpa e sustentável, que reduz as emissões de gases de efeito estufa e a dependência de fontes não renováveis, a energia solar abrange vantagens de peso para os consumidores. A geração distribuída permite a independência energética e, muitas vezes, a venda do excedente para a rede, proporcionando retorno financeiro. Além disso, as instalações solares externas ajudam a diminuir os gastos com as contas de eletricidade em longo prazo.

Inovações notáveis na área também estão no radar. Avanços em tecnologia de painéis solares, armazenamento de energia e sistemas de monitoramento seguem impulsionando a eficiência e a confiabilidade operacional. O uso da inteligência artificial e do aprendizado de máquina na gestão de sistemas solares se sobressai quando o assunto gira em torno de otimização de desempenho e manutenção.

O potencial do setor para proporcionar benefícios econômicos e ambientais é inegável e o ano de 2024 promete ser um catalisador sólido desse desenvolvimento. No entanto, para caminharmos sempre rumo a um cenário com energia mais limpa e sustentável, é preciso focar na conscientização de forma contínua e lançar mão de abordagens estratégicas, sobretudo provenientes do governo.

 


*Rafael Carneiro é graduado em Engenharia Elétrica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, com Pós-Graduação em Engenharia Econômica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e MBA em Administração e Negócios pelo Saint Paul Escola de Negócios. Foi diretor comercial no Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), gerente comercial nas empresas Replace Projetos e Consultoria em Energia, Grupo de Energia Renovável Brookfield e Alupar, além de chefe de Energia no XP Investimentos. Atuou ainda como responsável pelo Conselheiro de Energia da Gerdau.
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