Ilha Pura foi o primeiro a receber selo AQUA-HQE para Bairros e Loteamentos. Projeto serviu como Vila dos Atletas nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
O bairro Ilha Pura faz parte do complexo olímpico implantado para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que ocorreram no Rio de Janeiro em 2016. Ao todo, são seis condomínios residenciais com um total de 28 torres de 17 pavimentos e um parque de 65.000 m². Os apartamentos serviram como a Vila dos Atletas, abrigando esportistas e equipes.
Na fase de concepção foram realizados diversos estudos para avaliar as condições de implantação do empreendimento, considerando aspectos bioclimáticos como a orientação solar, ventos predominantes e horas de acesso solar de cada condomínio. Assim foi definido o posicionamento ideal das áreas de lazer e os potenciais de utilização de cada zona, indicando as áreas de maior exposição ao sol, ventos de maior velocidade e áreas sombreadas.
O Ilha Pura foi o primeiro a receber a certificação AQUA-HQE para bairros e loteamentos na capital fluminense, além de ter o selo voltado para edifícios habitacionais. O bairro também foi o primeiro a receber a certificação LEED-ND para Desenvolvimento de Bairros no Brasil, além de, atualmente, possuir o Selo Azul da Caixa Econômica Federal.
Sítio e construção: Os edifícios foram planejados para ter vida útil de 50 a 100 anos, assim, os materiais de obra bruta são de longa duração, como: estrutura em concreto armado com lajes planas protendidas; alvenaria em bloco cerâmico; fundação profunda em estacas hélices; caixas de corrida dos elevadores em pilares de concreto; alvenarias das caixas de escadas pressurizadas em bloco de concreto;
Eficiência no uso de água: A captação de águas pluviais ocorre nas coberturas dos edifícios e, após o tratamento adequado, o volume é direcionado para uso não potável. Já as águas cinzas são coletadas em uma Estação de Tratamento de Águas Cinza distrital com capacidade de 400 m³/dia. O volume é reutilizado nas bacias sanitárias, além de irrigação e reposição dos lagos do parque. A redução no consumo foi de 80% nas unidades habitacionais e de 45% a 62% nas áreas comuns;
Energia e atmosfera: A redução do consumo de energia em relação ao baseline é de 20%. O paisagismo aderiu a um posicionamento adequado das luminárias externas de acordo com a necessidade e função do espaço, fazendo uso de postes de iluminação e balizadores nos caminhos e circulações, além de luminárias decorativas nos jardins e piscinas. A água quente dos chuveiros é obtida por meio de uma rede de fluídos aquecidos com sistema de recirculação, que se mostra altamente eficiente em termos de consumo energético;
Gestão de resíduos: Os condomínios possuem depósitos intermediários em todos os pavimentos tipo, enquanto nos subsolos foram executados depósitos para centralização dos resíduos, por onde também será realizada a coleta final. Para garantir as condições de higiene foram utilizados pisos e paredes revestidos com materiais de fácil limpeza. Os depósitos finais também contam com pontos de luz, de água e esgoto dotado de ralo sifonado;
Conforto ambiental e saúde: Os edifícios foram projetados com abundância de iluminação natural. As salas de estar, por exemplo, apresentam grandes portas de correr envidraçadas que representam um índice de abertura superior a 15%, chegando a 40% em algumas unidades. Os dormitórios também possuem janelas envidraçadas em pelo menos uma de suas faces, com índice de abertura superior a 15%, chegando a 55% em algumas unidades;
Inovação e processo: O projeto foi feito de acordo com conceitos de desenho universal, criando ambientes acessíveis para pessoas com necessidades especiais. A mobilidade foi um ponto bastante privilegiado, uma vez que 100% das vias do entorno imediato possuem ciclovia. Internamente há uma ciclovia que atravessa todo o terreno.