Tema principal da Casa Cor neste ano é a Casa Viva, conceito que busca a integração e o convívio com a natureza. Obras limpas ganham destaque nesta edição.
Falar em projetos inovadores hoje em dia é relacioná-los a conceitos sustentáveis. Como uma das maiores mostras de arquitetura, design e paisagismo do País, a Casa Cor São Paulo tem a missão de acompanhar as principais tendências do mercado, trazendo ideias que podem ser replicadas para fora do evento. Neste ano, o tema principal permeia o conceito da Casa Viva, o qual incentiva a criação de ambientes que evidenciam a experiência, integração e o convívio com a natureza.
São 81 espaços em exposição, entre casas, lofts, estúdios, ambientes exclusivos e duas instalações especiais, além de 20 áreas verdes como jardins, praças e terraços. O evento assumiu o compromisso de sustentabilidade e aprovou somente construções secas, que causam baixo impacto ambiental ao local.
Visitamos a feira para mostrar alguns dos principais espaços da Casa Cor São Paulo de 2018.
Cabana | Thiago Manarelli e Ana Paula Guimarães
A Cabana é um projeto edificado do zero por Thiago Manarelli e Ana Paula Guimarães a partir de steel frame, com vigas metálicas e – no caso específico da Casa Cor – com fechamento em drywall. A ideia é que ela seja reproduzida em diversos tamanhos e formatos, a partir da preferência e necessidade do usuário. Nestes casos, os fechamentos são feitos com placas cimentícias. Segundo a arquiteta Raissa Elias dos Santos, “o forro foi feito com bambu prensado com polímero, um tipo de material que já vem pronto e não precisa de manutenção”. Outra característica interessante é a parede feita a partir de pedra de concreto, algo que remete ao meio ambiente. A obra foi feito em um processo limpo e rápido, em apenas 18 dias.
Casa do Escritor | Jóia Bergamo
Executada praticamente em 20 dias, a Casa do Escritor é feita toda em steel frame de aço galvanizado, vidro e placa cimentícia que realizaram uma obra seca. A escolha pelo sistema estrutural se deu devido à agilidade e facilidade para montagem e desmontagem, além de não gerar resíduos. O forro é de manta tencionada que também não ocasiona resíduo na obra. A casa possui castilharia de vidro laminado e espelhado com 73% de reflexão, utiliza madeira usada certificada e lâmpadas de LED. O espaço é todo aberto, integrando com a área verde externa. “A casa transmite uma sensação de aconchego e bem-estar. Hoje em dia, todo mundo está pensando em soluções que não impactam o meio ambiente. Se cada um de nós pensarmos assim, geramos um movimento de melhoria para as cidades”, disse Monica Delmonte, arquiteta da empresa. O projeto é de Jóia Bergamo.
Casa do Relógio | Dado Castello Branco
Um dos grandes espaços da Casa Cor São Paulo deste ano, a Casa do Relógio – com assinatura de Dado Castello Branco – pode ser descrita com um conceito de multifuncionalidade e convívio para o dia a dia. Dessa forma, sala, cozinha, sala de jantar, por exemplo, fazem parte de um único espaço interno – que ainda possui um segundo andar e um grande pátio verde no lado externo. A Casa do Relógio aproveita o design para tornar este um ambiente elegante e sofisticado, com grande espaço para circulação de pessoas e que favorece a iluminação natural graças às aberturas presentes no projeto. Foram usados materiais certificados, estrutura metálica, além de receber uma cobertura verde.
Espaço Casa Moysés | Studio 011
O escritório Studio 011 Arquitetura é quem assina o Espaço Casa Moysés, que foi dividido em duas partes: a loja, onde estão expostos os catálogos da empresa, e o quarto, inserido em uma caixa de madeira com fechamento de vidro. O grande desafio sustentável ficou em relação a estrutura do projeto, que pode desmontado e reconstruído em qualquer local de forma rápida e sem deixar resíduos para trás.
Jardim Sustentável | Daniela Sedo
O Jardim Sustentável – situado ao lado da Casa Sustentável Leroy Merlin – foi projetado por Daniela Sedo, que criou um ambiente que não só traz os conceitos sustentáveis que se espera, mas, também, aproveita para relacioná-los com questões lúdicas e práticas. O local tombado no Jockey Club teve as suas características originais mantidas pelo projeto, assim, o piso drenante colocado sobre a terra mantém a permeabilidade do solo. A água da chuva captada é utilizada para a irrigação da vegetação. As árvores foram preservadas e incorporadas ao conceito. Além disso, foram escolhidos materiais recicláveis e sustentáveis, como a casinha de bambu totalmente desmontável.
Loft Ninho | Nildo José
O espaço tombado serviu de desafio para Nildo José na hora de projetar o Loft Ninho. São três ambientes – cozinha, social e íntima – separadas por placas de drywall com 1,5 cm de espessura. No entanto, o grande segredo é como elas se integram para criar uma área única e que valoriza um conceito acolhedor e de bem-estar. O desenho do projeto é sublinhado por iluminação com fitas de LED. O Loft Ninho conta com peças de design assinadas por profissionais renomados, como Oscar Niemeyer e Jean Prouvé.
Loja Casacor Duratex por Armazém do Marton | Marton Estúdio
Projetado por Marton Estúdio, o espaço é um exemplo de loja sustentável. Sua estrutura em madeira de origem controlada apresenta uma característica de grande resistência, oferecendo uma longa durabilidade ao projeto. No entanto, vale destacar que a Loja Casacor Duratex pode ser desmontada e montada com facilidade minimizando o descarte de resíduos, atendendo o requisito de não impactar o meio ambiente proposto pela mostra. Outro ponto positivo é a cobertura verde de 25 m² que, mesmo estando de longe, chama a atenção do visitante. Já pelo lado de dentro, mais de 6 mil produtos de economia criativa, design e lifestyle estão expostos.
Lounge de Entrada | Edson Lorenzzo
O espaço projetado por Edson Lorenzzo é uma das melhores representações de integração com a natureza da mostra. Afinal, é a porta de entrada para receber os visitantes que frequentam a Casa Cor São Paulo. O ambiente interno recebeu tons neutros que se misturam a paisagem natural do local, que teve como ponto de partida a presença de uma árvore centenária e que possui vegetação dentro e fora do espaço.
SysHaus | Arthur Casas
A SysHaus é um sistema brasileiro desenvolvido por Arthur Casas e Renata Till. Na Casa Cor, o estúdio trouxe uma casa pensada como uma peça de design, além da arquitetura. A estrutura formada por pilares, vigas e parafusos em aço dispensa o uso de concretos na fundação. “Tudo vem na medida correta para ser encaixado. Esta forma de trabalhar não gera desperdício de material”, diz Rodrigo Pereira Carvalho, arquiteto da empresa. Hoje, o sistema já permite edificações de até três pavimentos. Além disso, a casa também é projetada para ser sustentável durante o seu uso cotidiano. “Toda SysHaus, por exemplo, sempre tem um triturador para lixo orgânico, o que pode criar adubo. Também temos placas fotovoltaicas e sistemas de captação de água de chuva, além de cobertura verde e outras soluções. São medidas que acompanham o modo da empresa de construir uma casa”, finaliza.
Tea Lab | SP Arquitetura
O projeto ficou sob a responsabilidade do escritório SP Arquitetura e serviu como uma espécie de “cafeteria”. Os diferentes tipos chás servidos são cultivados no próprio espaço, com as espécies espalhadas em vasos pelo Tea Lab. Há um enorme jardim vertical que traz um charme para o local, feito a partir de árvores e folhas secas em marcenaria. Vale destacar também que a obra compensa 100% do CO2 emitido – ou seja, a quantidade de CO2 que não é reabsorvido pelo planeta é compensada por meio de plantações de árvores.
Vale lembrar que a Casa Cor São Paulo acontece até o dia 29 de julho, no Jockey Club. Informações sobre a visitação e os ingressos podem ser conferidas no site oficial da mostra.