Instalação na Arábia Saudita vai praticamente dobrar a capacidade mundial de produção de energia a partir da fonte solar
Um dos países mais ensolarados e desérticos do mundo, a Arábia Saudita terá também, em breve, a maior planta de energia solar de todo o planeta. O projeto foi anunciado pelo governo saudita em parceria com o Softbank Group, que vai utilizar seu fundo Vision Fund para financiar parte da iniciativa.
Serão nada menos que 200 GW de capacidade adicionada à geração de energia da Arábia Saudita em 2030. O número praticamente dobra, para em torno de 400 GW, a capacidade instalada no mundo todo, e tornaria o potencial da energia solar semelhante ao que hoje se tem com a energia nuclear, cuja capacidade ao fim de 2016 era de 390 GW.
Para isso, será necessário um investimento de US$ 200 bilhões. A primeira etapa do projeto, para instalar 7,2 GW de capacidade produtiva, custará US$ 5 bilhões, e começa em breve.
Ao final, a Arábia Saudita pretende reduzir a dependência de sua matriz energética do petróleo, produto do qual o país árabe é o maior produtor em todo o mundo. Com um grande potencial gerado pela alta incidência de radiação solar em seu território, o país também vê uma chance de dar mais um passo em seu processo de modernização – muito criticada em todo o mundo por ser uma monarquia absolutista com contínuo desrespeito aos direitos humanos, sobretudo das mulheres, a Arábia Saudita vêm, sob o governo do príncipe Mohammed Bin Salman, implementando mudanças graduais na cultura e economia do país.
Isso não quer dizer, entretanto, que o país abraçaria a sustentabilidade e diminuiria seu uso de combustíveis fósseis. Hoje com 60 GW de capacidade de geração de energia (contando todas as formas de produção), a nação árabe teria, com a adição de novos 200 GW, um excedente de petróleo para, em vez de transformar em energia elétrica, vender no mercado internacional, em que é uma das principais definidoras dos preços correntes.
Por aqui, o Brasil tem aumentado o uso da energia solar – sobretudo com a geração distribuída, realiza pelos próprios consumidores, diferentemente do que fará a Arábia Saudita. Tem crescido, também, o uso empresarial desta forma de geração de energia – pela primeira vez desde 2012, neste ano, estabelecimentos de comércio e serviços ultrapassaram as residências na geração de energia a partir da radiação solar.
Apesar disso, a produção de energia solar no Brasil é de pouco mais de 1 GW, ou 0,5% do que será instalado na Arábia Saudita com o projeto recém-anunciado.
Fonte: Agência Reuters