Programa tem a maior fatia de lançamentos dos últimos 12 meses, de acordo com estudo. Minha Casa Minha Vida também aposta na sustentabilidade.

Empreendimento da Valor Real Construções destinado ao Minha Casa Minha Vida
Empreendimento da Valor Real Construções destinado ao MCMV. Foto: Divulgação/Valor Real Construções

Lançado em 2009, o programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida (MCMV) promoveu uma importante mudança na política habitacional, justamente por estimular a atividade setorial e atender a população de baixa renda. Em seus quase 10 anos de existência, mais de 5 milhões de unidades do programa foram contratadas – dados referentes até junho de 2018.

De acordo com o estudo “Análise das Necessidades Habitacionais e suas Tendências para os Próximos Dez Anos” –, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) –, as construções do programa habitacional ganham cada vez mais destaque no mercado de imóveis.

A pesquisa revela que nos últimos 12 meses o programa foi responsável por 72% do PIB (Produto Interno Bruto) do setor imobiliário no País, gerando mais de R$ 212 bilhões. O total de contratações realizadas chegou a 5,3 milhões de unidades, envolvendo investimento de R$ 484 bilhões e R$ 151 bilhões em subsídios.

Estes investimentos contribuíram também para a geração de cerca de 390 mil postos de emprego, o que corresponde a 13% do trabalho médio formal da construção no período de julho de 2009 a dezembro de 2017.

Sustentabilidade

Segundo o estudo, empresas privadas do setor da construção que têm envolvimento com programas governamentais demonstraram uma percepção mais positiva do mercado. A sustentabilidade também está cada vez mais presente em edifícios populares, que podem e devem adotar soluções que atestam o seu compromisso com o meio ambiente.

Em Santo André (SP), a Rochefort – incorporadora que investe em projetos do MCMV na região do Grande ABC paulista –, vem adotando algumas práticas sustentáveis em seus projetos.

“Construir pelo MCMV faixa 1,5 tem que ir além de uma preocupação social. Temos que olhar para uma melhoria real da sociedade, no que tange à sustentabilidade, mirando em um meio ambiente mais saudável e trazendo a responsabilidade para todos envolvidos, desde quem projeta e constrói a quem vai morar no imóvel”, diz Jorge Felício, diretor comercial da Rochefort.

“Práticas como medição de consumo de água individualizada e reúso de água em áreas compartilhadas são simples, eficazes e podem ser implantadas em empreendimentos de qualquer padrão”, complementa o executivo.

Há alguns meses, o Pinhais Park – empreendimento da Valor Real Construções – se tornou o primeiro projeto residencial do programa Minha Casa Minha Vida em processo de certificação do selo GBC Condomínio, concedido pelo Green Building Council Brasil.  O condomínio, que está em desenvolvimento, apresentou aspectos sustentáveis fundamentais, como conforto ambiental, reaproveitamento de água e sistema construtivo wood frame.

Já o residencial Amadis, da Tarjab Incorporadora, será o primeiro empreendimento do MCMV com a certificação AQUA-HQE – Habitação Social Sustentável, da Fundação Vanzolini. A construção, por exemplo, adotou um canteiro de obras com baixo impacto ambiental, que executou ações de coleta seletiva de resíduos, proteção de vegetação e uso de tintas a base de água.

A operação do edifício contará com equipamentos eficientes que reduzem o consumo de energia e água. “Acreditamos que as construções sustentáveis têm maior vida útil, redução do custo de manutenção e maior valorização do empreendimento”, afirma Sérgio Domingues, diretor-técnico da Tarjab.

Responsabilidade social

O Minha Casa Minha Vida traz um histórico favorável de seus impactos, uma vez que representa uma importante ação anticíclica em 2009 e, desde 2014, contribui para atenuar os efeitos da redução de investimentos no Brasil.

No entanto, o aspecto mais relevante é referente aos seus impactos sociais: mais de 5 milhões de famílias foram beneficiadas, destacando que o grupo mais favorecido foi aquele que compõe o perfil das famílias com pouco ou nenhum acesso a recursos do mercado imobiliário.

Vale ressaltar que o MCMV também sofre críticas, principalmente em relação à dificuldade de inserir projetos nos grandes centros urbanos. O custo alto de terrenos dificulta a produção de unidades habitacionais dentro dos parâmetros do programa, levando a oferta para áreas mais distantes dos centros urbanos, indicando a necessidade de se pensar outras soluções para o problema.

Por outro lado, a construção fora dos centros urbanos traz consigo outras demandas, tornando imprescindível a conjunção com o desenvolvimento da infraestrutura urbana, ou ainda, a inserção do programa dentro de um contexto mais amplo de política urbana.

É importante destacar que o subsídio destinado à produção do Minha Casa Minha Vida é composto por um valor de R$ 3 mil destinado ao custo de aquisição e instalação do sistema de aquecimento de energia solar, que pode ser substituído por sistema alternativo de aquecimento de água ou geração de energia.

A Caixa Econômica Federal, por meio do Construcard, possibilita a aquisição de equipamentos voltados à eficiência energética e hídrica, como placas solares, sistemas fotovoltaicos, de climatização, de reaproveitamento, captação e tratamento da água, hidrômetros, materiais ecológicos que disponham de PSQ e madeiras certificada, por meio de financiamento em até 240 meses.

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