Conceito de Rua Completa visa melhorar a mobilidade de cidadãos em vias públicas. Segundo pesquisa, 92% dos entrevistados consideram as mudanças benéficas.

mobilidade urbana
Rua Joel Carlos Borges, em São Paulo (SP), recebeu o projeto piloto do conceito de Ruas Completas. Foto: Pedro Mascaro/WRI Brasil

A mobilidade urbana é um tema recorrente quando estamos falando sobre a formação de cidades sustentáveis e inclusivas. As vias urbanas – ruas, avenidas e caminhos abertos – são responsáveis pela circulação pública dos cidadãos de maneira segura e conveniente de todos os cidadãos, independente do meio de locomoção – seja como pedestre seja por meio de transporte individual ou coletivo.

O WRI Brasil – instituto de pesquisa que atua em prol da proteção do meio ambiente, oportunidades econômicas e bem-estar humano –, em parceria com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), formou a Rede nacional Para a Mobilidade de Baixo Carbono, que desenvolveu o conceito de Ruas Completas – concebido para influenciar o poder público a levar em consideração diversos aspectos no planejamento do perfil viário de uma cidade, como, por exemplo, dar segurança e conforto a todas as pessoas e possibilidade de transporte, tornando a rua mais completa e democrática em relação à distribuição do seu espaço.

Até o momento, o projeto é composto 10 cidades brasileiras e o Distrito Federal, sendo que cada participante designou uma rua para receber o projeto piloto. São eles: Fortaleza, João Pessoa, Recife, Salvador, Brasília, Juiz de Fora, Niterói, Campinas, São Paulo, Joinville e Porto Alegre.

Aprovação em São Paulo

Na capital paulista, a implantação da Rua Completa ocorreu no bairro do Brooklin, na Rua Joel Carlos Borges. Após dois meses do projeto, a região passou por uma avaliação que apontou uma satisfação de 92% dos usuários da via, que acreditam que as mudanças foram benéficas.

O estudo foi desenvolvido pelo Laboratório de Mobilidade Sustentável (LABMOB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e comparou as mudanças com a Rua Gomes de Carvalho, que possui características semelhantes ao projeto piloto. A pesquisa coletou informações sobre o ambiente construído e medições de fluxos, travessias e permanências.

Os entrevistados destacaram, principalmente, as faixas verdes – espaços de 1,5 a 2 metros de largura que aumentaram de 29% para 70% o espaço viário exclusivo dos pedestres. A noção de segurança também foi um ponto positivo. Para efeito de comparação, 80% das pessoas que circulam pela Rua Joel Carlos Borges se dizem seguras, enquanto apenas 49% dos entrevistados na Rua Gomes de Carvalho apontam para este fator.

Pontos de divergência

Entre os pontos que precisam ser melhorados, as faixas de pedestres ainda sofrem com o alto fluxo de pessoas, não dando conta nos horários de picos. O comércio ambulante também ocupa uma faixa do espaço destinado aos pedestres, obstruindo calçadas e obrigando a circulação no asfalto.

“Esse é um indicativo da demanda pela ampliação do espaço da rua amigável ao pedestre. A resposta a essa demanda pode ser dada de diferentes formas de acordo com as especificidades da rua analisada”, explica Victor Andrade, coordenador do LABMOB.

Fonte: WRI Brasil

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