Custo-benefício para a implantação da tecnologia Z-Wave se prova vantajosa ao somar benefícios financeiros, ambientais e operacionais.
A busca por edificações mais eficientes não é uma novidade no mercado de construção civil. A propagação de tecnologias e soluções que podem facilitar e melhorar a gestão vem de muitos anos atrás, desde meados da década de 1980. Os sistemas de automação predial e residencial – também chamados de automação domótica – nasceram com o intuito de controlar e automatizar um ambiente, tornando-o mais eficiente e econômico.
Se antigamente estes sistemas eram cheios de cabos e demandavam uma adequação na infraestrutura da construção, os avanços tecnológicos feitos na entrada do novo século possibilitaram a criação e o desenvolvimento de tecnologias wireless – ou seja, sem fio –, que permitem a comunicação de diferentes dispositivos sem que seja necessário estarem conectados uns ao outros por meio de cabeamento.
As tecnologias wireless mais comuns ao cotidiano do público em geral são o Wi-Fi e o bluetooth, responsáveis pela comunicação e transmissão de dados entre computadores, smartphones, tablets e afins. No entanto, para sistemas de automação predial e residencial, ambas se mostram ineficazes, principalmente quando o objetivo é ter uma gestão completa e efetiva de um ambiente.
Para isso, outra tecnologia sem fio é mais adequada: o sistema Z-Wave. Ele consiste em um protocolo de comunicação wireless específico para a automação domótica. Com esta solução, é possível realizar a gestão de um edifício ou de uma casa como um todo, controlando equipamentos que possuam a mesma tecnologia e automatizando processos sem, necessariamente, realizar um comando a cada ação.
“O sistema Z-Wave funciona a partir de módulos e sensores que conversam com um dispositivo central de gestão e comando. Ao interagirem com uma CPU inteligente, o usuário tem a possibilidade de dar inteligência ao ambiente, controlando a gestão e criando parâmetros de comportamento para aparelhos e equipamentos que possuem estes sensores”, explica Jorge Quadros, diretor da JLQ Automação.
A empresa é a distribuidora exclusiva da Zipato – uma das líderes mundiais em tecnologias de automação e especialista na tecnologia Z-Wave – no Brasil. Jorge explica que uma das principais diferenças entre uma rede Wi-FI e uma Z-Wave é a capacidade de expansão de cada uma e a forma como ela reage a vários pontos de conexão. O Wi-Fi possui um ponto central de transmissão dos dados, quanto mais dispositivos estiverem conectados, menor será o seu desempenho. Já o Z-Wave trabalha com uma lógica de rede intitulada mesh, atuando como uma estrutura que – apesar de ter o seu dispositivo central – atribui pontos de interseção e formando uma rede descentralizada que distribui o sinal. Assim, quanto maior a troca de dados, mais forte a rede.
Criando cenários
O mercado oferece, praticamente, todos os tipos de aparelhos e equipamentos inteligentes, ou seja, que funcionam a partir de um acionamento remoto – como é o caso de lâmpadas, ar-condicionado, televisores, entre tantos outros. Além disso, há diversas opções que oferecem a possibilidade de conexão – por meio de bluetooth ou Wi-Fi – com smartphones, facilitando ainda mais a vida dos usuários e expandido algumas ações.
Por meio do protocolo Z-Wave, esta gestão é ainda mais inteligente e eficaz. Isso porque, com o controle voltado para uma única central, é possível criar cenários automatizados que não precisam, obrigatoriamente, de nenhum comando, uma vez que todas as ações já estariam pré-determinadas a partir do dispositivo central que acessa os sensores instalados nos equipamentos. ]
“Há uma série de sensores que podem ser distribuídos pelo ambiente para interagir com a memória da controladora, assim, o usuário pode determinar um conjunto de regras e níveis de programação em relação ao consumo de energia e de água, climatização, luminosidade, segurança, sensores de fumaça e por aí adiante”, diz Jorge.
Por exemplo, o usuário que adequou à sua casa a automação por meio de Z-Wave pode programar o ambiente para o momento da sua chegada. “Posso criar uma função que, o chegar à minha residência – ou até mesmo antes –, vai ligar os aparelhos e equipamentos domésticos sem que eu faça nenhum comando com o smartphone ou interruptores. Além da comodidade, isso evita o consumo desnecessário de energia elétrica, proporcionando uma boa economia financeira no final do mês”, explica o diretor da JLQ Automação.
A economia financeira e de recursos naturais gerada a partir de um sistema inteligente, como é o caso da tecnologia Z-Wave, são os maiores benefícios do investimento. Segundo Jorge, um estudo europeu revelou que de 15% a 20% do consumo de energia de uma residência é de origem de equipamentos que estão em modo stand-by, portanto, que não estão sendo utilizados durante o tempo todo.
Por mais que deixar aparelhos em stand-by seja uma prática importante para a sustentabilidade, ela não isenta totalmente o consumo de energia já que sempre sobram alguns resíduos. Os sensores Z-Wave instalados nos equipamentos proporcionam que o usuário corte 100% a fonte de energia daquele item em específico sem que ele seja desconectado da tomada.
Outro ponto importante é a maior segurança – tanto patrimonial quanto contra invasão – que a automação por meio da tecnologia Z-Wave pode proporcionar para a residência ou edifício. O usuário pode criar um cenário para que o sistema fique alerta a sensores de gás e fumaça, por exemplo, e ser avisado caso haja alguma situação fora do comum. Também é possível determinar uma cena de segurança contra intrusos.
Custo-benefício
Por se tratar de um sistema tão inteligente e que ainda não é disseminado no Brasil, muitas vezes gestores ou o público em geral acabam tendo uma primeira impressão equivocada quanto ao custo de implantação da tecnologia Z-Wave. De acordo com Jorge, o custo-benefício se prova muito vantajoso em um período curto de tempo. “No momento em que o usuário percebe que o investimento é para além da comodidade, trazendo sustentabilidade em âmbito econômico e ambiental, isso se torna bastante claro.”
Fato é que um sistema de automação predial é fundamental para preservação de recursos naturais, como água e energia, no dia a dia justamente por poder trabalhar em conjunto com soluções que se aproveitam de ambos os recursos. Estes fatores devem ser levados em consideração na hora de colocar no papel qual é a conta para adequar à edificação com a tecnologia e qual é o retorno que pode ser recuperado mais à frente.
Segundo Jorge, o custo médio do investimento feito com o Z-Wave é, geralmente, de apenas 1/4 dos gastos com um sistema de automação cabeada. Além disso, alguns transtornos são evitados, como a elaboração detalhada de um projeto de tubulação seca e fiação ou, até mesmo, de uma reforma estrutural. Além de possuir uma instalação simples e que pode ser feita por um técnico com conhecimentos em programação, a manutenção também não demanda um custo excessivo do cliente.