Confira a entrevista com Anderson Benite, sócio da Benite Engenharia e Consultoria, sobre o momento atual e as tendências no pós-pandemia.


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anderson benite

Fizemos uma série de entrevistas com alguns dos especialistas do mercado da sustentabilidade, que deram suas opiniões e impressões sobre o momento atual, as perspectivas e tendências de transformação que o futuro nos reserva.

Apresentamos, na íntegra, a entrevista com Anderson Benite*, consultor em Tecnologia e Inovação, com mais de 20 anos de atuação no mercado de sustentabilidade:

Portal Going Green Brasil. Qual o principal impacto que a quarentena/pandemia trouxe para a sua empresa? Em termos de funcionamento e, principalmente, como impactou os negócios…

Anderson Benite. Desde 2016, quando abri a Benite Engenharia e Consultoria, sempre trabalhamos com uma média de 70% a 80% do tempo em home office e o restante do tempo em espaços de coworking (trabalhos coletivos), portanto, o impacto operacional não foi significativo.  Logicamente, perdemos um pouco de interação pessoal com a equipe e clientes, mas sem maiores dificuldades.

GGB. Quais foram as alternativas que vocês buscaram (se existiram, ou se foram necessárias) para manter os negócios em andamento?

AB. Felizmente, o impacto não foi grande. Tivemos sim um aumento abrupto da quantidade de vídeo conferências, tanto com a equipe, quanto com nossos clientes.

GGB. Como você avalia a percepção dos clientes e do mercado em geral, frente aos desafios desse momento… Houve (se houve) apenas retração de investimentos? Houve (se houve) mudança de prioridades? Houve (se houve) mudança de posicionamento em relação aos negócios em andamento?

AB. O mercado vinha se recuperando lentamente e, infelizmente, ocorreu uma paralisação totalmente inesperada. Há uma grande apreensão e desconhecimento dos impactos desse lock-down e, por isso, os investimentos em novos projetos ficam inibidos com certeza. As empresas estão sim se apertando, cortando despesas e tentando operar para ajustar fluxo de caixa, no entanto, ainda não creio que tenha ocorrido grandes mudanças de posicionamento quanto consideramos os investimentos de longo prazo.

Milhares de profissionais e seus gestores perceberam que é possível e positiva uma maior desconexão entre a realização do trabalho e o escritório

GGB. O que você acredita que esse momento irá impactar, negativamente, (e também positivamente), no desenvolvimento de novos negócios associados à sustentabilidade e normas?

AB. O Lock-down já traz um impacto econômico e a recuperação demandará ainda muitos anos, reduzindo o mercado para todos (menos empregos, menos venda, muita concorrência, especulação, etc.). Por outro lado, milhares de profissionais e seus gestores perceberam que é possível e positiva uma maior desconexão entre a realização do trabalho e o escritório (posto de trabalho). Isso, deve impactar o futuro dos edifícios, transportes, formas de remuneração e legislações trabalhistas, etc. Também foi possível notar o protagonismo das tecnologias de mobilidade, velocidade de conexão, gestão de pessoas a distâncias, plataformas na nuvem, tele presença, etc. e que terão crescimento ainda mais acelerado após esse lock-down.

GGB. Acredita que a normalização do mercado se dará de maneira rápida ou tímida, e que cenário projeta para os próximos 24 meses? 

AB. Infelizmente, acredito que o retorno será gradual e voltaremos ao patamar de crescimento que estamos anteriormente, o qual já era bem tímido. Acho que em 24 meses ainda estaremos em processo de recuperação.

 


 

*Anderson Benite é Engenheiro Civil e Mestre em Tecnologias e Gestão da Produção pela Escola Politécnica da USP, MBA Executivo pelo Insper, LEED FELLOW, LEED-AP® BD+C, CMVP®, Consultor GBC Casa e Condomínios®. Atua como consultor independente em Inovação Tecnológica e Green Building e como professor no GBC Brasil e na pós-graduação do Mackenzie. Foi pioneiro no movimento de green buildings no Building no país e  consultor dos primeiros projetos que obtiveram a certificação LEED e que impulsionaram o mercado (Eldorado Tower, Ventura, Delboni, Torre Santander, Morgan Stanley). Ao longo de 20 anos em sua carreira profissional, participou em mais de 200 empreendimentos, em diferentes cidades e com as mais variadas tipologias (corporativos, residenciais, hospitais, fábricas, shoppings, galpões, escritórios, varejo, estádios da copa, instalações olímpicas, etc.), adquirindo experiências e conhecimentos de uma grande quantidade de soluções de projeto, tecnologias, fornecedores e materiais construtivos

 

 

 

 

 

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